Em greve, trabalhadores da rede estadual de ensino voltam às ruas para reivindicar

Em greve desde o dia 8 deste mês, os trabalhadores da rede estadual de ensino voltaram às ruas na tarde dessa quarta-feira, 14, para protestar. A categoria luta pela aplicação do piso salarial nacional e o cumprimento de outros acordos firmados com o governo do estado. O ato foi realizado na Rua Halfeld, no Centro da cidade.  

“Estamos reunidos para pressionar o governo. Ele precisa cumprir o que foi acordado com a gente. Em 2015 ele prometeu pagar o piso salarial nacional, mas não executou. Estamos sem receber os retroativos de 2016, 2017 e 2018. Os reajustes concedidos em janeiro de cada ano também não foram pagos. Fora que o nosso pagamento, que vence no 5° dia útil, está sendo pago de forma atrasada, inclusive, neste mês, ele só foi quitado hoje, 14”, disse a coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute), Victória Mello. 

A falta de repasse de verbas para manutenção das escolas também está na pauta das reivindicações. “As escolas enfrentam problemas relacionados à falta de merendas. O espaço físico está sucateado, precisa de reformas e tudo isso impede o funcionamento das escolas”, reforçou Victória. De acordo com ela, mais de 60% da categoria ainda está paralisada. “Cansamos de negociar e fazer pressão, por isso, iniciamos a greve para que o governo nos atenda”, acrescentou.  

Segundo a Secretaria de Estado de Educação (SEE), até às 16 horas de terça-feira, 13.376 escolas informaram que paralisaram parcialmente suas atividades e outras 133 afirmaram que paralisaram totalmente. Um total de 3.461 escolas ainda não havia informado à Secretaria se iria aderir ou não à greve. 

A manutenção ou o fim da greve vai ser decidida em nova assembleia, marcada para esta quinta-feira, 15, em Belo Horizonte. “O que esperamos é que o governo volte a cumprir com o acordo, para que a gente volte a trabalhar. Estamos na expectativa de que tenhamos uma proposta positiva ao final do encontro”, concluiu Victória. 

NOTA ESTADUAL 

Em nota, a SEE também reiterou que tem se reunido com representantes do Sind-Ute para dar andamento às negociações e cumprir o acordo assinado em 2015 em sua totalidade, mas ressaltou as dificuldades “em atender parte das reivindicações em virtude da precária situação financeira do Estado e das restrições legais.” A pasta também afirmou que assumiu os compromissos de pagar em oito parcelas o saldo da correção do Piso 
Nacional de 2016, referente aos meses de janeiro a março de 2016, a partir de abril de 2018, e que vai retomar as nomeações de novos servidores para a Educação, e dará início à implantação do Piso Nacional do Magistério.  

Em relação à correção dos salários segundo o índice de reajuste do Piso Nacional, a SEE também disse que “o governo está impedido de remeter o projeto de lei à Assembleia Legislativa em virtude de ter ultrapassado o Limite Prudencial de gasto com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. Diante da decisão de greve, o governo reafirma a disposição ao diálogo para avançar nas negociações de modo que a regularidade do ano letivo dos estudantes da rede não seja afetada”, informou o comunicado.




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