A nova Matriz de Santo Antônio do Paraibuna

Tendo sido criada a Paróquia Santo Antônio do Paraibuna aos 12 de junho de 2011, no bairro Santo Antônio, antigo Morro da Boiada, com o fim de marcar o local da primeira capela de Santo Antônio de Juiz de Fora, tivemos a gratíssima satisfação de benzer e inaugurar a sua nova Matriz aos 28 de outubro deste ano de 2017. O projeto arquitetônico de Cristiane Capobianco valorizou ainda mais o espaço. Todos os que passarão pela rua Francisco Cerqueira Cruzeiro, à altura do número 770, certamente se admirarão com a graciosa fachada e o campanário sobre a qual se ergue soberana a Cruz de Cristo. Será sempre um sinal silencioso da fé que moveu o coração de Santo Antônio de Lisboa e dos juiz-foranos, desde as origens.

As margens do chamado Caminho Novo, trilha que ligava Rio de Janeiro a Vila Rica, em meados do século XVIII, viram chegar os primeiros moradores. Em 1741, o primeiro fazendeiro, Antônio Vidal, já estava pedindo ao Bispo do Rio de Janeiro licença para erigir uma capela em hora de Santo Antônio, com o fim de ele e sua família não ficarem privados dos Sacramentos da Igreja de Cristo. Dada a autorização pedida, ergueu tal capela no local acima mencionado, que se tornou centro de pequena povoação.

Passados 70 anos, a fazenda é vendida, em 1812, para o Alferes Antônio Dias Tostes, estando o prédio da capela em estado precário. O novo proprietário, cujo nome coincide também como do Padroeiro, pede nova licença à autoridade diocesana, agora já da Diocese de Mariana, criada em 1745, para construir outra, o que de fato se realiza.

O povoamento ia lentamente crescendo, registrando-se, em 1831, conforme dados do Arquivo Público Mineiro, 1.419 moradores no pequeno arraial ainda pertencente à Paróquia de Simão Pereira. A genuína fé cristã permanece viva entre o povo, animada pelos exemplos de Santo Antônio, que aglutina grande devoção na região. Já em 1844, lê-se nova provisão, emitida pelo Governo Provincial de Minas, para que fosse construída nova capela em louvor do venerado Santo Antônio, mais ampla e confortável, por ter aumentado consideravelmente o número de habitantes. Tal edificação se dá agora em região mais plana, onde a população mais se desenvolveu, sendo trazida para ela a imagem original. Estamos já em época de pleno movimento da Estrada Geral que substituía o Caminho Novo, construída pelo engenheiro Henrique Halfeld, conhecida por União e Indústria, a partir de 1836.

Em 31 de maio de 1850, foi instalada, por ordem do Bispo de Mariana, Dom Antônio Ferreira Viçoso, a Freguesia, ou seja, Paróquia de Santo Antônio do Paraibuna do Juiz de Fora, criada por ato do Imperador Dom Pedro II. Esta é a razão de se comemorar, civilmente, o aniversário da cidade nesta data.

Pelos esforços de Henrique Halfeld, à época membro da Irmandade do Santíssimo Sacramento, e do primeiro Pároco, Padre Thiago Mendes Ribeiro, a vila recebe, em 1856, o foro de cidade, desmembrada de Barbacena.

Com a construção da estrada de rodagem União e Indústria, inaugurada por Dom Pedro II em 23 de junho de 1861, ligando Juiz de Fora a Petrópolis, a cidade tomou novo impulso em desenvolvimento. Com o sensível crescimento populacional, foi necessário construir uma igreja matriz muito mais ampla que a anterior, inaugurada em 1878, que, mais tarde, receberá ampliação e embelezamento após a criação da Diocese em 1924, tornando-se sua catedral.

A nova Matriz Paroquial, no local do primeiro núcleo populacional, além de sua função primária que é a religiosa, pastoral e celebrativa dos Mistérios de Cristo, quer ser também um resgate de um importante dado da história desta cidade, pois ali nasceu Juiz de Fora.




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