Estudo esclarece sobre como minimizar impacto do Coronavírus no sistema respiratório

Um estudo elaborado por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), faz explicações sobre estratégias que contribuem para a diminuição do impacto do Coronavírus no sistema respiratório de pacientes em estado de saúde mais grave. O mesmo grupo de pesquisadores trabalha na produção da vacina contra a doença. Todas as pesquisas são feitas com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais. 

Conforme a pesquisadora Vânia Lúcia da Silva, diz que o projeto não trata somente da evolução do Coronavírus no corpo humano, mas também busca adoção de estratégias pneumáticas que resultem em melhores prognósticos de pacientes com casos graves de Covid-19:

“Acreditamos que a predominância de determinados grupos de microrganismos no trato respiratório possa estar relacionada com o agravo da condição dessas pessoas, sobretudo dos pacientes de risco.” 

Já o coordenador do projeto, Cláudio Diniz, diz que se os pesquisadores conseguirem provar a correlação entre determinadas bactérias e agravamento do Coronavírus, as informações serão valiosas para os órgãos de saúde, no tratamento dos pacientes infectados e também diminuir a sobrecarga nos hospitais:

“A fim de prevenir o agravo da doença, podemos, por exemplo, propor a utilização de vacinas já existentes, normalmente não oferecidas pelo SUS para os adultos em geral, contra algumas dessas bactérias específicas. Promover uma campanha extra de vacinação para pacientes de grupos de risco seria mais viável do que a sobrecarga do sistema hospitalar.” 

Elaboração da pesquisa

Segundo o grupo de pesquisadores, serão feitas comparações das estruturas da microbiota do trato respiratório superior obtidas de dois grupos de pessoas: um composto por indivíduos com diagnóstico positivo de Covid-19 e, outro, por pacientes  portadores de outras síndromes respiratórias, que não são causadas pelo novo coronavírus.

Conforme Vânia Lúcia da Silva, as viroses respiratórias podem evoluir para quadros mais graves porque envolvem interações ecológicas e imunológicas complexas entre vírus e bactérias:

“É importante fazermos um estudo da ecologia microbiana do trato respiratório porque aí avaliamos as interações que existem entre os microorganismos que fazem parte da microbiota e os hospedeiros, que somos nós”.

A pesquisadora explica também sobre o que é microbiota e fala sobre sua importância no organismo “é um conjunto de microorganismos que habitam os vários sítios anatômicos que existem no nosso corpo. Ou seja, são os microrganismos que interagem conosco desde o momento que nascemos, ou mesmo antes, e seguem até o momento da nossa morte. Eles têm um papel extremamente importante, porque auxiliam na manutenção do equilíbrio entre a saúde e a doença no nosso corpo” conclui Vânia, reiterando que será feito um estudo sobre a distribuição da microbiota que faz parte da nasofaringe e da orofaringe, estas localizadas na parte mais alta das vias aéreas humanas e na parte lateral e posterior da garganta, respectivamente. 

Sobre o projeto de pesquisa

O trabalho completo conta com as participações dos professores  Aripuanã Watanabe, Alessandra Machado, Cláudio Diniz, Vanessa Dias e Vânia Lúcia da Silva, todos vinculados ao Centro de Estudos em Microbiologia (Cemic), parte do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFJF. 

Além disso, conta também com parceiros vinculados à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), à Universidade de São Paulo (USP) e à Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

 




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