Vinte e cinco dos 28 países da União Européia (UE) concordaram nessa segunda-feira, 11, pela primeira vez na história do bloco, em manter uma cooperação militar permanente, de acordo com um pacto alcançado em Bruxelas durante uma reunião de seus ministros de Relações Exteriores. A informação é da agência de notícias alemã DPA.
O objetivo é que esta cooperação, que começará com 17 projetos concretos, estabeleça os alicerces de uma futura união de defesa europeia, com a qual os países da UE esperam alcançar uma maior independência dos Estados Unidos em assuntos militares.
É uma “decisão histórica”, de acordo com a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Federica Mogherini. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, descreveu a nova cooperação como um “grande passo” que fortalece a capacidade de ação da UE. A Alemanha já prometeu cooperar intensamente com o projeto.
Alguns desses projetos serão o estabelecimento de um comando sanitário e de plataformas logísticas, bem como um centro de treinamento para formação militar. Também se quer melhorar a vigilância do espaço marítimo e desenvolver protótipos de veículos de infantaria. Outro objetivo, fundamental para a França, é que a UE possa enviar mais rapidamente tropas para outros países em casos de crise.
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA
A participação na chamada Cooperação Estruturada Permanente (ou Pesco, na sigla em inglês) é voluntária para os 28 membros da UE. Além do Reino Unido, que em breve deixará o bloco, apenas Malta e Dinamarca decidiram ficar fora do acordo.
Tradicionalmente, a Dinamarca não participa na política de defesa e segurança comum da UE. Jáo a Malta parece que não estava disposta a cumprir os critérios de participação no Pesco, que incluem um aumento regular nas despesas de defesa.
A possibilidade de criar uma cooperação militar permanente entre os países da UE foi incluída no Tratado de Lisboa de 2009. Até agora, não havia sido possível sua implantação principalmente devido à oposição do Reino Unido.
“A Bela Adormecida do Tratado de Lisboa foi despertada. A Europa não pode e não deve terceirizar sua segurança e defesa”, destacou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Fonte: Agência Brasil