O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, defendeu nessa terça-feira, 26, uma saída diplomática para a crise entre Washington e Pyongyang, num cenário marcado por provocações quase diárias entre Donald Trump e Kim Jong-Un. Falando de Nova Deli, Índia, o chefe do Pentágono aposta numa postura de negociação. A Coreia do Sul também afirmou acreditar que ainda há espaço para a diplomacia no conflito.
“Nosso objetivo é resolver o problema diplomaticamente, e acredito que o presidente Trump tem sido muito claro sobre esta questão”, afirmou Mattis.
Contudo, as mensagens de Trump parecem estar confundindo a Coreia do Norte. Na semana passada, na Assembleia Geral da ONU, ele prometeu a destruição ao país, se os seus planos nucleares continuarem. E no último fim de semana, Trump afirmou no Twitter que a dinastia de Kim Jong-Un não duraria muito tempo.
Por conta disto, o ministro norte-coreano das Relações Exteriores, Ri Yong-ho, disse nessa segunda-feira, 25, que Trump estaria “declarando guerra” à Coreia do Norte por meio de sua retórica e que por isso o seu país teria o direito de derrubar aviões de guerra americanos que voarem perto do seu território.
ALERTA SUL-COREANO
Com a tensão, até a Coreia do Sul, aliada militar dos Estados Unidos e inimiga de Kim Jong-Un, disse que ainda há espaço para a diplomacia. A ministra sul-coreana de Relações Exteriores, Kang- Kyung-wha, que participou, na noite dessa segunda, de um debate no Centro de Estudos e Estratégias Internacionais, em Washington, disse que é preciso agir “com astúcia e firmeza” para evitar conflitos militares e não “ceder as provocações do governo norte-coreano”.
“Uma nova guerra na região teria consequências devastadoras, não só para a Ásia mas para toda a comunidade internacional”, defendeu Kang. “O que precisamos ter certeza é de que o tempo está acabando para eles e que as sanções devem ser aplicadas de forma unificada”, falou. A ministra também pontuou que é muito importante ter o apoio da China e da Rússia nessa questão”.
Para ela, a “China está a bordo e continuamos a nos certificar disso”. Kang comentou que os chineses e russos não são apenas membros do Conselho de Segurança, são os dois maiores vizinhos do Coreia do Norte e “ambos basicamente controlam o comércio e o que entra no país”.
A China também emitiu um comunicado pedindo mais uma vez o diálogo entre os EUA e a Coreia do Norte e o fim das provocações.
MEDO
A população sul-coreana já vive sob a tensão da ameaça de um conflito. Tanto que as agências de notícias internacionais já mostram como os sul-coreanos compartilham informações nas redes sociais sobre como se preparar para uma guerra. Milhares de vídeos são compartilhados nas redes diariamente com dicas sobre ações de emergência para o caso de um ataque. Mais de 7.400 vídeos foram postados no Youtube sobre o assunto somente este ano.
Fonte: Agência Brasil