Projeto contra abuso sexual e outras formas de violência tem ação programada para sábado no Parque Halfeld

“Eu tropecei” e “eu caí da escada” são frases comuns repetidas por muitas mulheres que, na verdade, foram vítimas de agressão. Para alertar sobre a importância de denunciar, a Igreja Adventista do Sétimo Dia realiza anualmente , em oito países da América do Sul (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai), o programa educativo e de prevenção contra o abuso e a violência doméstica, intitulado “Quebrando o Silêncio”. Em Juiz de Fora, a ação acontecerá no próximo sábado, 26, a partir das 9h, no Parque Halfeld, onde cerca de 45 profissionais oferecerão gratuitamente atendimento psicológico, jurídico, espiritual e de saúde física.

Embora o foco da iniciativa seja a violência física, verbal, psicológica e sexual contra mulheres, a organizadora do projeto no município, Giselli Belinasse de Sá, destaca os esforços do projeto no sentido de estimular também denúncias dos casos de pedofilia ou estupro de vulnerável. “Essas formas de violência precisam ser denunciadas. Felizmente, as mulheres, por exemplo, que sofrem algum tipo de agressão, têm denunciado mais nos últimos anos por conta do aumento do acesso à informação. O tema do evento dialoga com a proposta: dar um basta na omissão da violência sofrida”, enfatiza Giselli.

A VIOLÊNCIA EM NÚMEROS

Segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), entre janeiro e abril de 2017, em Juiz de Fora, os casos de estupros consumados e de vulneráveis aumentaram consideravelmente no município, se comparado ao mesmo período de 2016. Houve um crescimento de 100% no número de estupros e 43,75% nos estupros de vulneráveis.

Em 2017, o projeto “Quebrando o Silêncio” enfatiza a violência sexual, especificamente o estupro, como objeto de discussão. Segundo dados de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 70% das vítimas de abuso sexual no Brasil são crianças e adolescentes. Destes, 50% têm um histórico de abusos anteriores, e 15% foram abusados por mais de um agressor. Desses agressores, 24% são os próprios pais ou padrastos, e outros 32% são amigos ou pessoas próximas à família da vítima.




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