Máquinas industriais têm queda de 21,9% nas vendas

O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos totalizou R$20,146 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano, queda de 21,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Só em abril, a queda foi de 23,2% em relação a março. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan, diz que, apesar do momento atual, as instituições continuam fortes e que a Abimaq acredita na aprovação das reformas estruturais. “Esperamos que as reformas continuem em ritmo acelerado, elas são uma das maneiras para termos confiança e atrair investimentos”, afirmou.

Para ele, a economia brasileira depende da indústria. “Só a indústria vai gerar empregos, gerar mais tributos, só a indústria emprega mão de obra com qualificação e salário”, completou.

Recuo nas vendas

As vendas também apresentaram queda em abril, com 20,6% de recuo na comparação com o mês anterior. Já na comparação com o mesmo período de 2016, a queda foi de 10,5%. Segundo a Abimaq, foi o 25º mês de queda consecutiva.

No acumulado do ano (janeiro a abril), as vendas acumularam queda de 10%. Com média mensal de R$5 bilhões, este é o pior resultado da série histórica iniciada em 1999, de acordo com a entidade. Esse resultado é metade dos valores mensais no período pré-crise (R$10 milhões ao mês). “Um nível bastante baixo para a manutenção do parque industrial brasileiro, que não garante sequer a taxa de reposição de estoque”, ressalta a Abimaq.

No mercado interno, abril também registrou recuo, que foi de 8,6%. Isso acontece após o crescimento de 11% em março em relação ao mês anterior. O resultado do ano acumula uma queda de 1,6% entre janeiro e abril em relação ao mesmo período de 2016.

Abril também foi negativo para as exportações, que recuaram 33,6% em relação a março. Na comparação com abril de 2016, o resultado ficou negativo em 8%. No acumulado, o recuo é de 1%.

PROJEÇÕES

A Abimaq explica que a queda acentuada foi influenciada pela base elevada, já que no mês de março havia se registrado um crescimento de 55,6%, devido a vendas pontuais direcionadas para o setor de saneamento da China. Para o presidente-executivo da Abimaq, José Velloso, o setor poderia exportar muito mais se tivesse incentivos.

O diretor de competitividade da Abimaq, Mário Bernardine, comentou a projeção do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que afirmou que o PIB no primeiro trimestre de 2017 marcará o fim da recessão. A declaração do ministro não animou a entidade, que considera que, pelo menos no setor a crise está longe do fim.

“Todos os meses deste ano estamos abaixo dos meses do ano passado, em plena crise. Falar em retomada do crescimento é um desejo, mas os fatos não levam a essa conclusão, a previsão da Abimaq do início do ano era de 5%, hoje nossa previsão interna é zero, lamentavelmente vamos deixar para 2018 para falar em crescimento no Brasil”, afirmou Bernardine.

Fonte: Agência Brasil




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