Se preparou todo para ir ao jogo, camisa oficial de seu time do coração autografada pelo maior artilheiro da história do clube, uma espécie de Roberto Dinamite do Vasco. A cueca da sorte, que ele só lavava quando o time vencia e se gabava de lavar sempre a cueca. Bermuda da cor da camisa, com o emblema do clube que ele mesmo bordou no bolso direito da frente. Chinelo do clube (Merchant: Havaianas). Radio de pilha que ele ganhou do Antônio Carlos em um sorteio da Rádio para ajudá-lo a acompanhar o jogo, boné do clube, fitinha do Senhor do Bonfim e por último, mas não menos importante, carteirinha do clube para desconto da bilheteria.

Era dia de clássico contra o time da capital e nesses jogos sempre tem mais emoção. Saiu de casa duas horas antes de o jogo começar, pegou um ônibus para o centro da cidade onde a prefeitura havia disponibilizado várias vans para levar gratuitamente os torcedores ao estádio. Aí começaram os problemas do nosso amigo fanático, na terceira esquina o pneu do ônibus caiu no quinto buraco de uma sequência de oito que existia naquela rua (igual ao bairroBairu). Resultado, pneu furado. Desce todo mundo; espera o socorro chegar, socorro chega; pneu trocado; sobe todo mundo. Tempo perdido, meia hora. O coletivo volta a tomar seu rumo.

Segundo problema, engarrafamento. Nosso colega começa a ficar preocupado, o ônibus não anda.Mais de dez minutos parado no mesmo lugar no meio da avenida principal da cidade, Avenida Barão do Rio Branco. Os passageiros começam a descer e ir seguir a pé. Nosso personagem também decide continuar o trajeto andando. Em um rua paralelaele vê um taxi passando e faz sinal, o taxista para e ele embarca. Falta uma hora para o jogo, ainda vai dar tempo de chegar antes. Desce do Taxi no ponto das vans.

Terceiro problema, fila quilométrica. Todo mundo resolveu assistir ao clássico. Cada carro pode levar no máximo 15 passageiros e pelo que ele está percebendo, vai demorar conseguir embarcar. A fila anda muito devagar e a hora está passando rápido, faltam menos de 20 minutos para o início do jogo e ele ainda na fila da van.

Consegue embarcar faltando 10 minutos para o jogo, e começa a torcer para que o motorista seja um Ayrton Senna da Silva. Quarto problema, o motorista era rápido, só que rápido até demais, fez uma curva com tanta velocidade que o carro saiu de duas rodas, o motorista perdeu o controle e bateu em um carro da polícia. Nosso amigo começa a ficar desesperado, hora de o jogo começar. Descalçou as havaianas, colocou na mão e começou a correr. O radinho de pilha dançava no bolso e o boné segurava o suor para não cair nos olhos. Estava a mais ou menos dois quilômetros do estádio.

Chegou ao local do jogo vinte minutos após o horário marcado para começar a partida. Mostrou a carteirinha para o bilheteiro entrou no estádio. Surpresa!!!O jogo não havia começado. Ligou o radinho para ver se tinha mais informações e ouviu do locutor que o jogo ia demorar a começar. Motivo, o ônibus do time estava preso em um engarrafamento no meio da avenida principal da cidade, Avenida Barão do Rio Branco.




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