No dia 3 de setembro de 1963, um grupo de moradores de Benfica, reunidos na residência do comerciante João Ribeiro de Novaes (ao lado do Esquina’s Bar do Muri – na Rua Martins Barbosa, onde existe hoje uma lanchonete e uma loja de bijouterias), decidiu pela criação de uma comissão que trataria de encaminhar proposta para a Assembléia Legislativa de Minas Gerais desejando a transformação do lugar em mais um município mineiro.

Benfica, na ocasião, se chamava Benfica de Minas. Havia passado à condição de distrito de Juiz de Fora um ano antes pelo Governador Magalhães Pinto, quando este realizou a reforma administrativa de Minas Gerais. Pela reforma, Benfica de Minas começava no córrego Humaitá, em Francisco Bernardino, e terminava em Paula Lima.

A Comissão Pró-Emancipação Administrativa era presidida pelo Juiz de Paz Mariano Ribeiro de Novaes. Benfica de Minas atendia a todas as exigências da legislação que disciplinava o assunto. Portanto, poderia pleitear a sua emancipação. O movimento contava com a adesão de importantes lideranças da comunidade, além da divulgação no jornal quinzenal que circulava no bairro: O PIONEIRO, dirigido por José Alves de Castro.

A tentativa daquele grupo não logrou êxito. Uma forte reação foi protagonizada por políticos, empresários, jornalistas e líderes comunitários de diversos bairros do restante da cidade. Com isso, conseguiram convencer o então Deputado Estadual João Navarro a apresentar projeto de lei à Assembléia Legislativa cujo texto modificava a condição de Benfica de Minas, fazendo sua incorporação ao distrito sede. O projeto foi aprovado e sancionada a lei pelo Governador Israel Pinheiro em 1968. A região voltou a receber o nome de Benfica somente, passando a ser o terceiro sub-distrito de Juiz de Fora.

Desde então, e especialmente pelas dificuldades que leis posteriores criaram, Benfica não oferece mais condições legais de pleitear sua emancipação. A lei só permite a emancipação de distrito. Benfica, desde 1968, deixou de ser distrito. Juiz de Fora, além do distrito-sede, possui somente os distritos de Torreões, Sarandira e Rosário de Minas.

Hoje, a área compreendida pelo então distrito de Benfica de Minas (de Francisco Bernardino até Paula Lima), possui cinco agências bancárias, cartório, agência dos Correios, a sede de um Batalhão da Polícia Militar, um centro comercial com excelente diversidade de lojas, boas escolas (públicas e particulares) que atendem do ensino fundamental ao ensino médio, e um grande número de indústrias e prestadores de serviços que fazem com que a região responda por mais da metade da receita tributária da cidade. A região possui ainda duas faculdades particulares: a Estácio de Sá e a Doctum.

Esta região (a que seria emancipada) tem uma população estimada em mais de 110 mil pessoas, o que a faz maior que 820 municípios de Minas Gerais (só existem 33 cidades em nosso estado com população superior a 100 mil habitantes).




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