Corpo de menino que morreu após confusão no Habib’s é exumado em São Paulo

O corpo de João Victor de Souza Carvalho, de 13 anos, que morreu em frente ao Habib’s no dia 26 de fevereiro, foi exumado nessa segunda-feira, 3, na capital paulista. A família e testemunhas culpam dois funcionários da rede de restaurantes, que são vistos em imagens de câmera de segurança arrastando e abandonando o corpo do adolescente na calçada.

Laudo do Instituto Médico Legal (IML), no entanto, diz que a causa da morte do adolescente foi parada cardiorrespiratória por uso de lança-perfume e cocaína. Peritos contratados pela família, por sua vez, contestam essa versão e desconfiam de irregularidades no laudo. Segundo esses peritos, o exame foi feito em menos de dois dias, quando o comum é que o procedimento dure até 15 dias.

A decisão da juíza Flávia Castellar Oliverio, da 2ª Vara do Júri, em Santana, autorizou a exumação do corpo, que foi feita hoje no Cemitério Vila Nova Cachoeirinha. O corpo do adolescente foi levado ao IML Central, onde passará por novos exames periciais e laboratoriais.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), uma comissão com dois médicos legistas, dois auxiliares de necropsia, um diretor de radiologia e uma diretora de Anatomia Patológica vão examinar o corpo de João Victor. Dois assistentes técnicos que representam a família do jovem terão acesso aos procedimentos que incluem tomografia e coleta de DNA.

Francisco Carlos da Silva, advogado da família do adolescente, informou que a juíza determinou também a busca e apreensão dos vídeos da câmera de segurança e a reconstituição do caso, ainda sem data marcada. “Do nosso ponto de vista, a polícia deveria ter apreendido as fitas após o ocorrido, e não esperar requerer na Justiça, a juíza determinar, esperar passar mais de um mês”, disse. O advogado disse ainda que testemunhas vêm sendo ameaçadas.

Em nota, o Habib’s informou que respeita a decisão judicial e reafirmou que continua à disposição das autoridades, colaborando com as investigações em curso. Os dois funcionários envolvidos no caso estão afastados do trabalho.




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