Os que cooperam com a nossa evolução

Livro – Ensinamento da Verdade para Jovens Vol.1

OS QUE COOPERAM COM A NOSSA EVOLUÇÃO
Quando empinamos papagaio (pipa), ele sobe impulsionado pelo vento. Mas se não fosse a ação da linha, que o impede de subir desgovernado, ele seria levado, à mercê do vento e acabaria se rasgando. Quem se deixa levar pela euforia excessiva diante de um êxito financeiro é como o papagaio que está bem alto e que de repente pode receber um golpe de vento muito forte e ficar estraçalhado. Às vezes, justamente por existir algum obstáculo para a ascensão rápida demais (assim como no papagaio existe a linha que o puxa para baixo) é que o homem consegue ascender de forma verdadeiramente correta e segura. Quando pressionado por muitos deveres, obrigações e tarefas é que o ser humano consegue extrair a verdadeira força que traz dentro de si.
Os grandes poetas Homero e Milton eram cegos.
Dante Alighieri também, na velhice, tornou-se pratica-mente cego. Quando algo é tirado de nós, alguma outra força, até então adormecida, repentinamente desperta e vibra. Assim, na situação de cegueira, a pessoa não dispersa a atenção com coisas e fatos banais do mundo exterior; por isso, a espantosa força que estava oculta no seu interior desperta e entra em ação.
Levar uma vida por demais confortável, sem nenhuma dificuldade, é como tentar polir uma espada com um chumaço de algodão: do mesmo modo que a espada não adquire assim o verdadeiro corte, a pessoa que leva uma vida confortável demais também não conseguirá manifestar sua verdadeira capacidade.
Por vezes, aqueles que consideramos amigos não enxergam nossos defeitos; além disso, por desejarem nos favorecer ou agradar, ressaltam somente nossas qualidades. Então, descuidamo-nos, deixamos de conhecer nossos defeitos e, por conseguinte, não os conseguimos sanar.
Por outro lado, aqueles que parecem ser nossos adversários são, às vezes, nossos verdadeiros aliados. Como eles nos apontam defeitos que não havíamos percebido e nos criticam, podemos corrigir essas falhas. Mesmo no jogo de xadrez, conseguimos progresso quando enfrentamos adversários fortes e isto ocorre porque eles atacam nossos pontos fracos que não havíamos percebido, obrigando-nos a melhorar a nossa técnica.
O essencial é não ficarmos acomodados, deixando-nos iludir pelas bajulações.

A VIDA É COMO O AÇO QUE DEVE SER FORJADO
“A vida não é como argila. Ela é como o aço que deve ser forjado”- assim dizia Emerson. Não se deve subestimar a vida. Por mais habilmente que uma pessoa consiga interpretar textos, seus conhecimentos serão inúteis se não passarem de meras teorias; ao ser lançada na correnteza da vida, a pessoa acabará naufragando. O monge Takuan assimilou verdadeiramente o zen quando atingiu o estado espiritual em que o caminho da espada e o do zen se tornaram um só e conseguiu vencer o exímio espadachim Yagyu Tajima. Esta vida não deve ser temida, tampouco subestimada. Dizem que, quando um professor de Técnica de Comércio se envolve em atividade comercial, em geral acaba fracassando. Em se tratando de professor de religião, se ele sofre esse tipo de fracasso, o seu aprimoramento espiritual ainda é insuficiente. Certa pessoa disse: “Se um empresário abraçar uma religião, seus empreendimentos crescerão;. mas se um religioso se dedicar a um empreendimento, nem sempre conseguirá êxito”. Essa afirmação contém uma advertência sobre a qual os religiosos devem refletir.
Quem despreza a força do inimigo será por ele derrotado. Subestimar a vida é o mesmo que menosprezar a capacidade do adversário. A vida não deve ser subestimada, mas não estou dizendo que devemos temê-la. O que eu quero dizer é que o homem precisa conhecer a si próprio, o adversário, a hora e o lugar. Aquele que não conhece a adequação pessoa, lugar e hora está sujeito à derrota. Conhecer a pessoa, isto é, o ser humano, significa reconhecer a capacidade e o temperamento próprios e também os do outro. Conhecer o lugar significa discernir se o lugar é o adequado ou não para concretizar determinada ação. Conhecer a hora significa saber se o momento é apropriado para agir ou não; uma diferença de dez minutos pode acarretar um grande lucro ou uma grande perda numa transação comercial.
Conhecer a adequação pessoa, lugar e hora – isso é ter sabedoria.




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