A convite de José Roberto Tadros e José Bernardo Cabral, dirigentes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o ex-presidente Michel Temer esteve em visita ao Conselho de Notáveis, onde falou sobre a atualidade política brasileira.
Começou afirmando que a vontade do povo está na Constituição da República – e isso deve sempre ser respeitado. Ressaltou como é importante relembrar obviedades, como o fato de que a democracia envolve o debate de idéias, “mas é condenável a disputa de corporações.”
Condenou a existência de uma guerra entre o Senado e o Supremo Tribunal Federal, mas anotou um dado positivo: o grande movimento do capital estrangeiro para investir no Brasil, apesar da “nossa cultura centralizadora”. Condenou as mexidas no sistema educacional e lembrou que aumentar a carga horária de Português e Matemática no ensino médio já era uma preocupação do seu governo.
Defendeu os princípios da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade e Fraternidade) e a maior harmonização nas relações entre empregos e empregadores. Precisamos de tranquilidade interna para cumprir adequadamente a Constituição (“Como não tenho hoje funções públicas, eu me divirto fazendo essas pregações”). Com a disciplina que o caracteriza, Temer se considera um constitucionalista, muito grato e reconhecido à afirmação de Bernardo Cabral que o considerou “um homem muito sensato”.
Ao receber um livro das mãos do Conselheiro Aurélio Wander Bastos foi mais uma vez elogiado na reunião do Conselho de Notáveis: “Michel Temer trouxe o Brasil da volta à normalidade democrática.”
Quando passou por mim, no evento, lembrou que recebeu uma posição feroz, quando quis promover a reforma do ensino médio e, na verdade, sou testemunha de que isso ocorreu, para tristeza de nós todos. Até hoje, em consequência desse clima adverso, ainda se discute o destino da nossa educação média, que patina de forma lamentável, enquanto milhões de jovens compõem a geração nem-nem, dos que nem estudam, nem trabalham. Até quando?