Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a Prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, visitou na manhã desta terça-feira, 9, o Centro Integrado de Ensino, Pesquisa, Extensão, Transferência de Tecnologia e Cultura (Cieptec-UFJF Norte), juntamente com o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Marcus David, a vice-reitora, Girlene Alves, o Diretor de Inovação da UFJF, Fabrício Pablo Virgínio Campo e demais membros da universidade.
A visita foi para conferir o andamento do projeto Óleo no Futuro, que consiste na implantação de uma plataforma de produção de biodiesel na cidade de Juiz de Fora, tendo como principal objetivo o desenvolvimento de uma cadeia produtiva sustentável e alinhada aos princípios de economia circular, possibilitando a transformação de resíduos urbanos, especificamente óleos e gorduras residuais (OGR), em biocombustível.
Atualmente, a cidade de Juiz de Fora, não possui um sistema de coleta de óleo unificado para o recolhimento deste resíduo. Desta forma, grandes produtores de OGR precisam contratar empresas especializadas para fazer o descarte deste resíduo, muitas vezes empresas de outras cidades ou estados. Algumas empresas regionais realizam esta coleta e revendem o OGR, também para outros estados. Em alguns casos, ocorre ainda o descarte inadequado, devido à falta de conscientização da população, podendo aumentar a poluição do solo e da água.
Para o reitor da UFJF, Marcus David, essa parceria entre a Prefeitura e a instituição já representa um avanço para a sociedade, pois traz benefícios para a população. “Além da produção de conhecimento, a universidade precisa interagir com a sociedade, contribuindo efetivamente no desenvolvimento econômico e social. Esse projeto, Óleo no Futuro, é uma forma em que a universidade atua, tanto no desenvolvimento econômico quanto na sustentabilidade. Para que a universidade possa intensificar sua relação com a sociedade, é muito importante a sensibilidade do poder público local. Neste momento, Juiz de Fora vive uma situação muito especial, sob a liderança da prefeita Margarida Salomão, que já foi reitora da UFJF, e que, por esse motivo, conhece a importância de termos uma universidade pública do porte que somos na região, as parcerias estão consolidadas. Este é um exemplo dessas possíveis parcerias que estamos celebrando com o município”.
Neste cenário, visto que o OGR tem potencial na produção de biocombustíveis, é interessante que o mesmo permaneça na cidade para ser reciclado, colaborando com o desenvolvimento regional. O biocombustível produzido será utilizado para abastecer veículos ou como fonte de energia dentro da própria cidade, compondo assim um ciclo de reaproveitamento deste resíduo.
Para o secretário da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade (SEDIC), Ignacio Delgado, a ideia é de que o Cieptec-UFJF Norte se torne um polo avançado e abrigue empresas de novas tecnologias e novas energias. Sobre o projeto Óleo no Futuro, Ignácio ressalta a importância da parceria entre as instituições públicas e o setor privado. “A empresa inglesa está fazendo uma pesquisa em que a PJF participa com uma parcela de investimento, para recolher óleo de cozinha e transformá-lo em biocombustível. Uma vez testado o aparelho, ele pode entrar em operação comercial, e Juiz de Fora torna-se um polo atrativo de empresas que lidam com novas energias, além da possibilidade que temos de incubar empresas da cidade nessa região. Acreditamos que em dois meses já estejamos em operação”, afirma.
O biocombustível será produzido utilizando uma usina de processamento Fuelmatic GSX3, produzida pela Green Fuels e cedida de forma não onerosa pelo Prosperity Fund do governo britânico. Esta tecnologia é capaz de fornecer biodiesel de alta qualidade, com quantidades negligenciáveis de água, sabões e impurezas, já certificado para uso em diversos países. O Prosperity Fund tem a finalidade de proporcionar condições para o crescimento global sustentável, por isto patrocinou a cessão do equipamento, possibilitando esta cooperação internacional.
É muito importante para o projeto a implementação de um mecanismo para a coleta deste resíduo na região, sendo que o desenvolvimento de um projeto como o Óleo no Futuro, possibilitará uma extensão na capacidade de coleta de óleo para atingir uma maior parcela do município. É esperado que a parceria com a Prefeitura de Juiz de Fora e as Associações de Catadores de Papel possibilite o estabelecimento de uma cadeia produtiva em um modelo de economia circular, no qual o resíduo óleo usado permanece na cidade e é convertido em energia, na forma de biodiesel. Desta forma, além da produção de um biocombustível, que é renovável e sustentável, é reduzido o gasto de combustíveis fósseis para o transporte do resíduo para fora da cidade.
O biodiesel produzido será utilizado, em substituição ao diesel fóssil, em veículos, grupos geradores, ou máquinas industriais, contribuindo para uma redução das emissões associadas ao uso de combustíveis derivados do petróleo. Na primeira etapa, os veículos da UFJF e Empav serão beneficiados com o combustível.
O processador Fuelmatic GSX3 tem a capacidade de converter 3.000 L de óleo de fritura usado em 3.000 L de biodiesel por dia. Operando em capacidade máxima, e considerando eventuais interrupções na produção para manutenção, a produção pode atingir em torno de um milhão de litros anuais do biocombustível. Sendo assim, o projeto apresenta grande potencial de contribuição para a preservação do meio ambiente.
Sendo assim, é esperado que o projeto contribua com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ODS), mais precisamente com o desenvolvimento regional, melhor qualidade de vida da população, preservação do meio ambiente, recuperação de áreas degradadas e fomento ao desenvolvimento sustentável. Além disso, a execução do presente projeto está alinhada ao programa Juiz de Fora 2030 e à Plataforma de Bioquerosene e Renováveis da Zona da Mata.
Prefeita visita instalação do projeto Óleo no Futuro
