Ketleyn Quadros reescreve a própria história e retorna às Olimpíadas após três ciclos

Ela entrou para a história como a primeira mulher brasileira medalhista olímpica em modalidades individuais ao conquistar o bronze em Pequim, com apenas 20 anos de idade. Treze anos e três ciclos olímpicos depois, a chama olímpica segue mais acesa do que nunca no coração de Ketleyn Quadros. Nesta quarta-feira, 09.06, ela reescreveu a própria história conquistando um quinto lugar no Mundial, em Budapeste, na Hungria.

A medalha inédita de bronze escapou por pouco e foi para o pescoço da holandesa Sanne Vermeer, dez anos mais jovem que Ketleyn. Mas a veterana brasileira mostrou para o mundo que na sua história olímpica ainda tem espaço para mais um capítulo: Tóquio 2020.

“Estar lutando durante todos esses anos é muito amor à modalidade. Eu saio muito feliz desse Mundial. Apesar de a medalha não vir, saio feliz. Inclusive, me emocionei em todas as lutas, porque é uma conquista grande. Ser uma atleta veterana, me sentir evoluindo, crescendo, tendo meus principais resultados é muito importante, porque, antes de qualquer pessoa acreditar, eu acreditei muito”, disse a judoca que, neste ciclo, conquistou seu primeiro ouro em Grand Slam, em Brasília 2019, e seu primeiro título pan-americano, em Guadalajara 2021, chegando ao Top 10 do mundo, o que lhe garantirá uma posição de cabeça-de-chave em Tóquio no mês que vem.

No Mundial, Ketleyn chegou confiante após conquistar o vice no Grand Slam de Kazan, na Rússia, em maio. Na estreia, venceu uma luta dura contra a kosovar Laura Fazliu nas punições e avançou às oitavas-de-final, onde encarou Alisha Galles, dos Estados Unidos, e passou com um belo ippon.

Nas quartas-de-final, Ketleyn teve dificuldade para controlar o combate com a eslovena Andreja Leski e acabou sofrendo o ippon. A recuperação veio na repescagem, com vitória jogando e imobilizando Szofi Ozbas, da Hungria.

Na luta pela medalha, Ketleyn começou melhor e abriu um waza-ari de vantagem. Mas ainda faltavam mais de dois minutos para o fim do combate e isso, no judô, é tempo suficiente para uma reação. Foi o que aconteceu. Vermeer conseguiu empatar o duelo com outro waza-ari e, no tempo extra (Golden score), garantiu a medalha projetando a brasileira mais uma vez.

“É tão difícil chegar ao bloco final e para você chegar tem que dar tudo de si e saber que a medalha vai para quem erra menos. É difícil ter controle de toda essa emoção, da tomada de decisão. Mas é um aprendizado gigante e, sem dúvidas, muito importante para mim nesta fase. Só de estar aqui para mim já foi muito desafiador”, avaliou. Ketleyn é integrante do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro, executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

O 5º lugar de Ketleyn Quadros foi o melhor resultado da seleção brasileira de judô até agora após quatro dias de Mundial. Nesta quarta, outros três brasileiros lutaram na Laszlo Papp Arena. Aléxia Castilhos (63kg) e Eduardo Yudy Santos (81kg) venceram duas lutas cada e pararam nas oitavas. Aléxia caiu para a cubana Maylin Del Toro Carvajal, enquanto Yudy parou no belga Mathias Casse, número um do mundo que se consagrou campeão mundial ao fim do dia. Novato em Mundiais, Guilherme Schimidt (81kg) lutou bem, mas não conseguiu passar por Dominic Ressel, da Alemanha, na primeira rodada.

Nesta quinta-feira, Maria Portela (70kg) e Rafael Macedo (90kg) são os próximos brasileiros no tatame.

Fonte: Confederação Brasileira de Judô




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