Vinte e nove nadadores conquistam índice para os Jogos de Tóquio em seletiva paralímpica

A seletiva nacional de natação paralímpica terminou neste sábado, 5.06, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, e 29 atletas conquistaram o índice para os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, sendo 11 mulheres e 18 homens. Ao todo, 58 nadadores participaram da seletiva, que teve como objetivo definir os atletas que vão compor a Seleção de natação para os Jogos na capital japonesa.

“A qualidade técnica foi melhor do que o esperado. Estávamos há tempos sem competição, não sabíamos ao certo como os atletas iriam nadar, apesar das tomadas de tempo. Não tínhamos a perspectiva de ter tantos atletas com índice. Foi bom ver que o planejamento estratégico da modalidade, pós-Jogos Rio 2016, deu certo. É uma Seleção nova, isso é importante”, analisou o técnico-chefe da Seleção Brasileira, Leonardo Tomasello.

Para a natação, o Brasil tem 35 vagas nos Jogos de Tóquio. Pelos critérios do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que atua como confederação da modalidade, já estão confirmados os campeões mundiais de 2019: Edênia Garcia (S3), Wendell Belarmino (S11), Carol Santiago (S12) e Daniel Dias (S5).

No primeiro dia da seletiva, quarta-feira, 2.06, quatro atletas alcançaram os índices: Phelipe Rodrigues (S10), Talisson Glock (S6) e Gabriel Cristiano (S8) nos 100m livre, e Susana Schnarndorf (SM4) nos 150m medley. “Estou extremamente feliz de ter conquistado o índice. Eu travo uma batalha diariamente em função da minha deficiência. Tive de reaprender a nadar literalmente, mas nunca deixei de acreditar”, celebrou a gaúcha Susana Schnarndorf, medalhista paralímpica no revezamento 4 x 50m livre 20 pontos nos Jogos Rio 2016, que tem múltipla falência dos sistemas (MSA).

“Os melhores atletas do Brasil estavam aqui buscando o índice. Eu estava bastante ansioso, não vou mentir, especialmente antes da primeira prova. Nos 50m livre eu consegui fazer a minha quarta ou quinta melhor marca pessoal. A gente vê que precisa melhorar, mas também que está no caminho certo, apesar das circunstâncias”, contou o medalhista paralímpico e mundial Phelipe Rodrigues.

O segundo dia de provas, quinta-feira, teve o maior número de atletas obtendo o índice pela primeira vez: 13 nadadores ao todo. José Ronaldo (S1), Gabriel Feiten (S1), Gabriel Geraldo (S2), Maiara Barreto (S3) nos 50m costas. Douglas Matera (S13) e Gabriel Bandeira (S14) nos 100m borboleta. Gabriel Melone (S6), Samuel Oliveira e Joana Neves (S5) nos 50m borboleta e Ronystony Cordeiro (S4) nos 50m costas. Na prova de maior distância da natação paralímpica, os 400m livre, Laila Suzigan (S6) Caio Amorim (S8) e Matheus Rheine (S11) nadaram abaixo do índice.

Na sexta-feira, 4.06, dia da prova mais rápida da natação, os 50m livre, seis atletas obtiveram o índice: Ruiter Gonçalves (S9), Lídia Cruz (S4), Patrícia Pereira (S4), Mariana Gesteira (S9), Cecília Araújo (S8) e Eric Tobera (S4). Nesse mesmo dia, Carol Santiago, da classe S12 (atletas com baixa visão), bateu o recorde mundial dos 50m livre. Carol, que nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão, completou os 50m livre em 26s72. A marca anterior era da russa Oxana Savchenko, com 26s90, feita nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012. Já nos 100m costas, segunda prova do dia, Ana Karolina Soares (S14) foi mais rápida que o exigido pelo critério.

No sábado, 5.06, as gêmeas Beatriz e Débora Carneiro (SB14) fizeram o índice nos 100m peito, assim como o mineiro João Pedro Brutus (SB14) e os paulistas Gabriel Bandeira (SB14) e Ruan Souza (SB9). Outro atleta a conquistar marca elegível foi o paranaense Bruno Becker, nos 200m livre.

Agora, os nadadores aguardam a validação da elegibilidade pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês) e a convocação oficial do CPB, o que deve ocorrer até o final de junho, para confirmarem as suas vagas nos Jogos de Tóquio.

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)

 




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