Brasileiras conquistam três medalhas no último dia do GP de judô de Baku

O Brasil encerrou em grande estilo a participação no Grand Prix de Baku, no Azerbaijão, com mais três medalhas conquistadas nesta quarta-feira, 26.05. Foram dois ouros e um bronze. Alana Maldonado (-70kg) e Meg Emmerich (+70kg) terminaram como as melhores em suas categorias, e Rebeca Silva, derrotada por Meg na semifinal, ficou com o terceiro lugar.

No dia anterior, a paulista Lúcia Araújo já havia ganhado um bronze na categoria até 57 kg. Assim, o país terminou o primeiro evento oficial do judô paralímpico desde o início da pandemia, há mais de um ano, com quatro pódios, todos no feminino.

Ao todo, 13 atletas representaram o Brasil no torneio, todos eles integrantes do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro, executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Alana, Meg, Rebeca e outros oito judocas presentes em Baku fazem parte da categoria Pódio, a principal do programa, voltada para atletas que se posicionam entre os 20 melhores do ranking mundial em suas categorias. A Bolsa Pódio prevê repasses mensais de R$ 5 mil a R$ 15 mil, de acordo com os resultados dos atletas.

Alana dominante

Atual campeã mundial, Alana mostrou por que é a líder do ranking. Primeiro, despachou a uruguaia Mariana Mederos. Depois, na semifinal, passou pela russa Olga Zabrodskaia, quarta do ranking e bronze nesta mesma competição em 2019. Na final, a adversária foi Zulfiyya Huseynova, atleta da casa e que eliminara na semi a mexicana Lenia Ruvalcaba, uma das principais adversárias de Alana. Dominante física e tecnicamente, a brasileira não deu chances.

“Estou muito feliz. É a primeira competição após mais de um ano sem torneios e sem sentir as adversárias. Consegui colocar em prática tudo o que a gente vem treinando, principalmente a parte de luta de solo. Consegui finalizar duas lutas com essa técnica. Vejo isso como um crescimento. Agora, rumo a Tóquio!”, celebra Alana.

No peso-pesado feminino, Meg e Rebeca deram sequência aos excelentes resultados dos últimos eventos e à rivalidade entre elas. Nas estreias, Meg ganhou da americana Katie Davis e Rebeca, da russa Tatiana Savostianova. As brasileiras estavam do mesmo lado da chave e se cruzaram na semifinal, repetindo o combate da final dos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019. Assim como no Peru, Meg levou a melhor e foi à decisão para encarar a italiana Carolina Costa, segunda do ranking na categoria. Em confronto dificílimo, a brasileira estava perdendo quando encaixou um ippon.

“Queria agradecer a quem esteve na torcida, mandando boas vibrações, e à equipe técnica. Essa medalha é de todos. A retomada das competições é importante para vermos o que temos a melhorar, e essa conquista me ajuda na luta para ir a Tóquio”, vibrou a campeã.

Já Rebeca encarou a ucraniana Anastasiia Harnyk no duelo pelo bronze e conseguiu o ippon com uma chave de braço. “A importância da medalha é porque estamos voltando a competir. Foi um bom resultado. Agora é treinar para a próxima”.

Homens no “quase lá”

Entre os homens, quem chegou mais longe foi Wilians Araújo. O paraibano bateu o britânico Jack Hodgson no combate inicial, mas parou no iraniano Mohammadreza Kheirollahzadeh, melhor peso-pesado do mundo na atualidade, na semifinal. Na disputa pelo bronze, desafiou o sul-coreano Gwang Geun Choi, campeão paralímpico nos Jogos Rio 2016 no peso abaixo, e perdeu.

Já Antônio Tenório, recuperado de um quadro grave de Covid-19 que o acometeu em março, mostrou recuperação impressionante e venceu o cazaque Yerlan Utepov no peso até 100kg. Depois, perdeu para o alemão Oliver Upmann e, na repescagem, para o uzbeque Sulaymon Alaev.

Na categoria até 81kg, Harlley Arruda perdeu na estreia para o mexicano Eduardo Avila Sanchez e, na repescagem, para o britânico Evan Molloy. No peso até 90kg, Arthur Silva foi bem na primeira luta ao bater o venezuelano Hector Espinoza Rodriguez. Depois, porém, perdeu os dois combates seguintes. Primeiro, para o ucraniano Oleksandr Nazarenko, líder do ranking mundial e que ficaria com o ouro. Na repescagem, caiu para o uzbeque Shukhrat Boboev.

Última parada

O GP de Baku foi o penúltimo qualificatório para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Os atletas que ainda buscam classificação terão uma última chance no Gp de Warwick, na Inglaterra, entre 19 e 20 de junho. Até lá, os judocas da Seleção seguirão se preparando em um campo de treinamento internacional, em Baku, e retornam ao Brasil após o GP britânico.

A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio está marcada para 24 de agosto. O judô terá três dias de competição, 27, 28 e 29. A modalidade já conquistou 22 medalhas para o Brasil na história do evento, sendo quatro outros, nove pratas e nove bronzes.

 

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro e Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV)




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