O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 1,95% no primeiro decêndio de março de 2021, aponta o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). No primeiro decêndio de fevereiro, este índice havia registrado taxa de 1,92%. Com este resultado, a taxa em 12 meses passou de 28,17% para 29,83%.
“Os acréscimos registrados nas taxas dos grupos bens finais (0,21% para 1,62%) e bens intermediários (2,34% para 5,32%) revelam o espalhamento das pressões inflacionárias, antes concentradas no grupo matérias-primas brutas (4,45% para 0,46%). Os aumentos nos preços do Diesel (3,32% para 18,90%) e da gasolina (11,18% para 15,48%) também contribuíram para o avanço das taxas de bens finais e intermediários”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 2,33% no primeiro decêndio de março. No mesmo período do mês de fevereiro, o índice subira 2,54%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais subiram 1,62% em março, após variar 0,21% em fevereiro. A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de -2,81% para 0,16%. O índice correspondente aos Bens Intermediários passou de 2,34% no primeiro decêndio de fevereiro para 5,32% no primeiro decêndio de março. Este avanço foi influenciado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 1,15% para 14,04%.
A taxa do índice referente as Matérias-Primas Brutas passou de 4,45% no primeiro decêndio de fevereiro para 0,46% no primeiro decêndio de março. Contribuíram para o recuo da taxa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (5,74% para -0,45%), soja em grão (5,78% para -0,32%) e bovinos (8,03% para 1,13%). Em sentido oposto, vale citar suínos (-10,49% para 9,05%), aves (-1,53% para 2,53%) e laranja (-6,06% para -2,74%).
Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) passou de 0,19% no primeiro decêndio de fevereiro para 0,79% no primeiro decêndio de março. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Transportes (0,96% para 3,38%). Nesta classe de despesa, vale mencionar o comportamento do item gasolina, cuja taxa passou de 2,88% para 10,00%. Também foram computados acréscimos nas taxas de variação dos grupos Habitação (-0,21% para 0,11%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,20% para 0,20%), Vestuário (-0,08% para 1,05%) e Alimentação (-0,04% para 0,16%). Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (-2,48% para -0,31%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-1,29% para 0,07%), roupas (-0,05% para 0,57%) e frutas (-0,60% para 0,72%).
Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,91% para 0,15%), Comunicação (0,02% para -0,17%) e Despesas Diversas (0,29% para 0,13%) registraram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores contribuições partiram dos seguintes itens: cursos formais (2,51% para 0,00%), mensalidade para internet (-0,17% para -0,70%) e serviço religioso e funerário (0,78% para -2,08%).
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 1,24% no primeiro decêndio de março, taxa superior a apurada no mês anterior, quando o índice havia sido de 0,60%. Os três componentes do INCC registraram as seguintes taxas da variação na passagem do primeiro decêndio de fevereiro para o primeiro decêndio de março: Materiais e Equipamentos (1,23% para 2,57%), Serviços (0,71% para 0,67%) e Mão de Obra (0,08% para 0,28%).
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Resultados anteriores:
O que é o IGP-M?
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O indicador foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.
O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.
O IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.
Calendário de divulgação 2021:
- – Janeiro: 28/01
- – Fevereiro: 25/02
- – Março: 30/03
- – Abril: 29/04
*O calendário completo para 2021 será divulgado em breve
Resultados anos anteriores:
Como o IGP-M é calculado?
O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).
- – Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- – Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- – Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:
- – 60% para o IPA;
- – 30% para o IPC;
- – 10% para o INCC;
Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.
Como o IGP-M é utilizado?
O IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.
Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.
Fonte: FGV