Previsão da safra 2021 é de 263,1 milhões de toneladas, 3,5% maior que a de 2020

A safra nacional de grãos para 2021 deve ficar 9,0 milhões de toneladas acima da safra de 2020. Um crescimento de 3,5% em relação ao ano passado, que já havia sido recorde na série histórica da pesquisa que teve início na década de 1970. As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (11), pelo IBGE. Pela estimativa de fevereiro, o total de cereais, leguminosas e oleaginosas gerado no país este ano deve atingir 263,1 milhões de toneladas.

Em relação à estimativa de janeiro, a soja teve mais um ligeiro acréscimo (0,1%) e continua batendo recordes, devendo alcançar 130,4 milhões de toneladas. O milho declinou um pouco nessa comparação (-0,2%), mas continua em patamares recordes em relação aos anos anteriores, devendo chegar a 103,5 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção de soja deve ser 7,3% maior, havendo aumento de 3,1% na área a ser colhida; e a de milho 0,3% maior, com aumento de 3,4% na área a ser colhida.

“Embora o plantio da soja tenha atrasado este ano, em função da estiagem, a partir de dezembro, com a volta das chuvas, as lavouras se recuperaram na maior parte do país e a produtividade da leguminosa deve ser elevada. Os preços estão bastante favoráveis no mercado internacional e a demanda continua alta, por isso os produtores continuam ampliando as áreas de plantio dessa commodity pelo país”, avaliou o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.

Mas ele ressalta que os produtores estão preocupados com as condições climáticas, pois estão previstos grandes volumes de chuvas em importantes regiões produtoras, o que pode atrasar ainda mais a colheita e comprometer a qualidade dos grãos. Ele explica que o milho também vem encontrando condições bastante favoráveis em relação à mercado e lidando com as condições climáticas.

“As reduções nas estimativas do milho estão associadas à menor produtividade estimada para a cultura, devido à falta de chuvas no decorrer do ciclo da 1ª safra. A produção do milho vem, a cada ano, dependendo mais da produção de 2ª safra, mas esta vem crescendo à medida que a tecnologia de produção avança no campo. Atualmente, em alguns estabelecimentos agropecuários, já é comum o plantio do cereal concomitante à colheita, otimizando, assim, a janela de plantio da safra e possibilitando maior segurança climática durante o ciclo da cultura”, esclarece Barradas.

Em relação à informação anterior (janeiro), houve aumentos ainda nas estimativas da produção do trigo (16,8% ou 965,8 mil toneladas), do café canephora (12,1% ou 98,1 mil toneladas), da cevada (9,0% ou 32,9 mil toneladas), da aveia (2,2% ou 21,3 mil toneladas), do café arábica (1,6% ou 30,6 mil toneladas), do milho de 2ª safra (0,3% ou 262,8 mil toneladas) e da soja (0,1% ou 117,2 mil toneladas).

Mas são esperados declínios na produção do arroz (-0,1% ou 8,8 mil toneladas), do feijão 3ª safra (-0,1% ou 810 toneladas), do feijão 2ª safra (-0,7% ou 8,6 mil toneladas), do tomate (-1,2% ou 46,0 mil toneladas), do milho 1ª safra (-1,7% ou 441,3 mil toneladas) e do feijão 1ª safra (-3,6% ou 46,8 mil toneladas).

As  regiões Sul e Nordeste tiveram acréscimos em suas estimativas de 14,1% e 0,9%, respectivamente. Sendo que a primeira deve produzir 31,7% do total de grãos do país e a segunda 8,7% do total. Já o Centro-Oeste, maior região produtora do país, que responde por 45,8% da safra nacional, teve decréscimo em sua estimativa (-0,9%), bem como o Sudeste (-0,6%) e o Norte (-2,2%).

Fonte: Agência IBGE




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