Por conta do não pagamento dos salários, os funcionários da empresa Goretti Irmãos Ltda. (Gil), vão aderir uma greve, a partir deste domingo (25), por tempo indeterminado. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (21) pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Juiz de Fora (Sinttro-JF).
A categoria relata que não foi cumprida a decisão judicial, que determina a quitação dos débitos, referentes ao mês de setembro, por parte da Gil. No último dia 8 deste mês, Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª região, emitiu uma liminar referente ao caso e foi assinada pelo juíz da 1ª Vara do Trabalho de Juiz de Fora, José Nilton Ferreira. Caso o acordo não fosse cumprido dentro do prazo de 5 dias úteis, a empresa pagaria multa diária no valor de R$ 5 mil.
Conforme o presidente do Sinttro, Vagner Evangelista Corrêa, a Gil não cumpriu o combinado e relata que aproximadamente 600 trabalhadores que atuam na empresa passam por momentos difíceis:
“A jornada foi reduzida em 70%, o que diminuiu os salários, e a empresa não pagou o que deveria no quinto dia útil de outubro. O tíquete alimentação está atrasado há dois meses, e os trabalhadores estão sem plano de saúde há três meses, em meio à pandemia.”
Quanto à greve, o Sindicato informa que durante este período de paralisação das atividades, todos os direitos e garantias fundamentais da coletividade serão respeitados. Além disso, 30% dos funcionários irão atuar pela cidade, para assegurar a manutenção de serviços essenciais.
A Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra), informa que está acompanhando a situação e tomará todas as medidas cabíveis, caso a paralisação seja confirmada.
Paralisação em agosto
No dia 18 de agosto, motoristas e cobradores de todas as empresas do Transporte Coletivo Urbano (TCU), entraram em greve, após serem recusadas as propostas de redução das cestas básicas e também do corte de 50% dos salários.
A categoria reivindicou também a manutenção de no mínimo, 70% da jornada de trabalho e dos salários atuais, uma vez que as concessionárias teriam proposto corte de 50% das horas trabalhadas. Diante da situação, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) autorizou às vans escolares de transportarem passageiros, como previsto em Decreto, no mesmo valor da tarifa de ônibus, R$ 3,75. Ao todo, cerca de 260 veículos estiveram em circulação no município.
A greve foi encerrada no dia 26 do mesmo mês, após ambas as partes chegarem a um acordo e os trabalhadores do transporte coletivo concordaram com: redução do ticket alimentação em 10%, retirada de alguns itens da cesta básica, estes até junho de 2021. Redução da jornada de trabalho para no mínimo 60%, suspensão do abono de férias e gratificação por antiguidade e programação de discussão do índice de reajuste, estes para janeiro de 2021.
Nova greve em setembro
No dia 15 do último mês, os motoristas e cobradores da GIL, paralisaram novamente suas atividades, desta vez por conta da suspensão do pagamento do plano de saúde. Contudo, os veículos voltaram a circular na manhã seguinte.
Crise nas empresas de ônibus
Por conta da pandemia do novo Coronavírus, as empresas de ônibus do município têm dívidas de R$ 7 milhões desde o mês de março, conforme a Astransp. Segundo informações dos consórcios, desde outubro de 2019, o número de passageiros pagantes ultrapassou a marca de 7 milhões. Já em março e abril deste ano, o número caiu para 4,9 e 2,2 milhões respectivamente.
Diante disso, as empresas alegam que a queda de usuários nos ônibus gerou desequilíbrio financeiro e no contrato de recessão. Além disso, os representantes já se reuniram com a Prefeitura de Juiz de Fora, para negociar reequilíbrio financeiro dos contratos de concessão do transporte.