Avancini leva o Brasil pela primeira vez ao topo do ranking mundial de mountain bike

O topo do ranking mundial do mountain bike – uma das categorias olímpicas do ciclismo – é de um brasileiro pela primeira vez na história. Henrique Avancini assumiu o primeiro lugar do cross country olímpico (XCO) na classificação da União Ciclística Internacional (UCI). Ele deixou para trás o suíço Nino Schurter, medalhista de ouro na Olimpíada Rio 2016. Na atualização feita nesa segunda-feira (12), Avancini aparece com 1.945 pontos. Schurter soma 1.799 e o holandês Vader Milan figura em terceiro, com 1.281 pontos.

“Durante anos me perguntei se realmente buscar alguma coisa com tanto afinco valeria a pena. Se insistir em não querer ser só mais um me levaria a algum lugar. Quis chegar ao topo, do meu jeito, acreditando nos meus princípios. Não importa onde, qual ou quando for a corrida, eu vou largar para brigar pela vitória”, disse o brasileiro, em postagem no Instagram.

A regularidade de Avancini explica a subida no ranking. De julho de 2019 para cá, ele pontuou em 24 provas, contra 18 de Schurter. Há uma semana, o fluminense de 31 anos venceu a segunda etapa da Copa do Mundo de mountain bike, realizada em Nové Mesto (República Tcheca).

No sábado último sábado (10.10), em Leogang (Áustria), o brasileiro terminou o Mundial da modalidade na 10ª posição. Avancini pedalou a maior parte da prova no grupo que disputava a terceira colocação, mas na penúltima volta teve um pneu furado que comprometeu a sua estratégia e, mesmo enfrentando uma pista com condições que não favoreciam suas características técnicas, completou a prova.

O francês Jordan Sarrou liderou a prova de ponta a ponta e se tornou campeão mundial com 1h25min37s. Em segundo ficou o suíço Mathias Flueckiger, 45 segundo atrás, e em terceiro o francês Titouan Carod, com 55 segundos de diferença.

“Foi um dia duro no Mundial. Acredito que gerenciei bem a corrida com as piores condições possíveis pra mim. Após quase ir pro chão na largada, escalei o pelotão e me mantive em contato com a briga pelas medalhas até o final da penúltima volta, quando furei o pneu traseiro longe da área técnica. Assim, perdi muito tempo e energia. No fim, cruzei na 10ª colocação e mesmo sem ser um grande dia, a temporada foi de evolução”, comentou Avancini.

Pretensão olímpica

O posicionamento no ranking é fundamental para as pretensões de Avancini de competir na Olimpíada de Tóquio (Japão), no ano que vem. O Brasil é o quarto colocado do ranking de nações na UCI, com direito a duas vagas nos Jogos, e só perderá uma delas se cair para oitavo. O país ficará fora dos Jogos apenas se ficar abaixo da 30ª posição. Avancini, portanto, está praticamente garantido nos Jogos.

Dois ciclistas disputam a outra vaga brasileira: Luiz Henrique Cocuzzi (que subiu um degrau e é o 51º do mundo) e Guilherme Muller (que ascendeu quatro lugares e está em 56º). No Mundial, Muller ficou em 33º e Cocuzzi em 36º. Em 2016, Avancini e Rubens Donizete representaram o país no XCO, com o primeiro terminando a prova em 23º e o segundo em 30º lugar.

No XCO feminino, a brasileira mais bem colocada é Raiza Goulão, que subiu cinco posições na lista da UCI e ocupa o 48º lugar. Como o Brasil é o 19º do ranking de nações, tem direito, atualmente, a uma vaga olímpica para as mulheres. No Mundial, Raiza chegou em 45º, quatro postos à frente da outra representante do país, Letícia Soares, 80ª do mundo.

Fonte: Agência Brasil




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