Pesquisa nacional realizada pelo DataSenado registrou um maior contato do trabalhador brasileiro com o teletrabalho. Com base na pesquisa, cerca de 21 milhões de cidadãos já trabalharam ou trabalham atualmente de forma remota. Desse total, cerca de dois terços afirmam que o trabalho nessa modalidade se deu em razão do isolamento social causado pela pandemia do coronavírus. Esse número corresponde a uma estimativa de 14 milhões de brasileiros.
A pesquisa também apontou um ganho de produtividade no teletrabalho. Para 41%, o próprio rendimento laboral melhorou, enquanto que 19% apontam uma piora na produtividade. Para 38%, o desempenho não se alterou. A produtividade da empresa também aumentou para 37% dos entrevistados. Outros 34% acham que a empresa manteve o mesmo nível, enquanto 26% perceberam uma diminuição na produtividade.
A maior parte dos brasileiros que tem experiência com teletrabalho (58%) disse que já se sentia preparada quando começou com esse formato de trabalho. O restante (42%) se julgava sem preparo. No entanto, mais da metade (60%) dos trabalhadores que estão ou já estiveram em trabalho remoto indica que, quando iniciou o teletrabalho, a empresa ou a organização empregadora não tinha essa modalidade de trabalho implantada.
Dificuldades
Sete em cada dez trabalhadores em trabalho remoto afirmam que se adaptar ao novo formato foi fácil. Em relação às dificuldades enfrentadas ao iniciar o teletrabalho, a mais citada foi a falta de internet de qualidade (22%), seguida da dificuldade de conciliar o trabalho com as tarefas domésticas (20%). A falta de equipamento de informática adequado (16%) e a ausência de contato com os colegas de trabalho (15%) também foram mencionadas como dificuldades ao iniciar o trabalho a distância.
Aproximadamente um em cada cinco (19%) trabalhadores remotos teve redução de salário ao iniciar o teletrabalho. Além disso, quase um quarto (24%) perdeu algum benefício ou auxílio que era pago no trabalho presencial. Mais da metade dos entrevistados (57%) usam os próprios equipamentos no teletrabalho; 23% usam os equipamentos da empresa, enquanto 19% usam equipamentos próprios e da empresa. A maioria dos trabalhadores remotos (68%) não recebeu auxílio da empresa para ter os equipamentos necessários ao trabalho.
Vantagens
Além de uma maior produtividade em decorrência do teletrabalho, os entrevistados também apontaram outras vantagens dessa modalidade de serviço. As principais, segundo os entrevistados, são o horário flexível (28%), seguida de ter mais tempo para a família (24%). O não deslocamento até o trabalho (24%) e a diminuição de despesas (12%) também foram lembrados.
Segundo os resultados, o teletrabalho também trouxe benefícios para a vida pessoal. A maioria dos trabalhadores remotos percebeu aumento no nível de bem-estar pessoal (49%). Para 23%, permaneceu igual, enquanto outros 26% apontaram diminuição no nível de bem-estar, por causa do teletrabalho. A pesquisa também apontou benefícios para a família. Para 48%, o ambiente familiar melhorou. Para 39%, nada mudou. Apenas 12% responderam que o trabalho remoto piorou o ambiente familiar.
Projeto
A pesquisa também avaliou a opinião dos brasileiros sobre o PL 3.512/2020. De autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), o projeto trata das obrigações do empregador na realização do teletrabalho. Entre outras previsões, o projeto obriga o empregador a fornecer e manter os equipamentos e a infraestrutura para o teletrabalho. O projeto também obriga a reembolsar o empregado pelas despesas com energia elétrica, telefonia e internet; e estabelece o pagamento de horas extras nos moldes do trabalho presencial.
De acordo com a pesquisa, 82% dos entrevistados concordam com o pagamento de horas extras, caso a jornada de teletrabalho seja superior a oito horas diárias. Nove em cada dez entrevistados concordam que a empresa deva fornecer equipamento eletrônico para que o empregado possa cumprir as tarefas no regime de teletrabalho. Pelo Twitter, Contarato divulgou a pesquisa do DataSenado e comemorou o grande apoio da população a seu projeto.
DataSenado
Os dados completos da pesquisa podem ser acessados no site do DataSenado. A pesquisa foi feita entre os dias 11 e 18 de setembro. Cinco mil brasileiros com 16 anos ou mais foram entrevistados por telefone, em amostra representativa da população brasileira. O nível de confiança é de 95%.
O Instituto DataSenado foi criado em 2005, com a missão de acompanhar, por meio de pesquisas, enquetes e análises, a opinião pública brasileira sobre o Senado, a atuação parlamentar e temas em discussão no Congresso Nacional. Os dados levantados pelo DataSenado têm auxiliado em decisões parlamentares e contribuído para uma melhor compreensão sobre o pensamento da população brasileira.
Fonte: Agência Senado