O brasileiro Bruno Soares conquistou, na quinta-feira (10), o título de campeão de duplas do US Open, um dos quatro Grand Slams, o grupo formado pelos torneios mais importantes do mundo no tênis, composto, além do US Open, pelo Aberto da Austrália, Roland Garros e Wimbledon.
A conquista, obtida ao lado do parceiro croata Mate Pavic, veio após a vitória na decisão sobre a equipe formada pelo holandês Wesley Koolhof e o croata Nikola Mektić. A partida durou uma hora e meia e terminou com triunfo de 2 sets a 0, com parciais de 7/5 e 6/3.
Sucesso em Nova York
A história de sucesso do mineiro Bruno Soares nas quadras de Flushing Meadows, no Queens, em Nova York, onde é disputado o US Open, começou em 2012. Naquele ano, junto com a russa Ekaterina Makarova, o brasileiro foi campeão do torneio nas duplas mistas. Dois anos depois, em 2014, veio o bicampeonato, desta vez ao lado da indiana Sania Mirza.
Em 2016, Bruno chegou à primeira conquista nas duplas masculinas no US Open, jogando com o britânico Jamie Murray. E, em 2020, veio a consagração com a conquista da quarta taça em Nova York ao lado de Mate Pavić.
Além dos títulos no US Open, Bruno foi campeão de duplas no Aberto da Austrália em 2016, com o britânico Jamie Murray, e também venceu, naquele ano, o torneio de duplas mistas no Aberto da Austrália, ao lado da russa Elena Vesnina.
Levando-se em conta os resultados em simples, duplas e duplas mistas, Bruno reforçou sua posição de segundo atleta do Brasil com mais títulos em Grand Slam. O tênis brasileiro tem cinco representantes nesse time: Maria Esther Bueno, dona de 19 troféus, que faleceu em 2018; Bruno Soares (6), Gustavo Kuerten (3), Marcelo Melo (2) e Thomaz Koch (1).
“Nova York sempre foi um lugar que me proporcionou grandes vitórias, grandes resultados. Poder voltar a segurar um troféu desses depois de quatro anos é uma sensação muito especial. Aos 38 anos, começo a sentir que o final da minha carreira pode estar chegando. Mas foram dias incríveis esses que vivemos aqui nesse ano”, disse o tenista, na entrevista coletiva após a final.
Apesar de reconhecer que a aposentadoria se aproxima, Soares garante que a dupla segue focada para os próximos desafios: “A motivação vai seguir gigante para os próximos torneios até o final dessa temporada”, avisou.
Com o troféu do US Open na bagagem, a dupla já parte nesta sexta-feira (11.09) para a Itália. O próximo compromisso é o Master de Roma, entre 14 e 21 de setembro. “Já tínhamos definido esse compromisso. Antes, a nossa ideia era participar de todos os torneios possíveis até o final do ano. Porém, agora a situação já mudou. O título daqui praticamente nos classifica para o finals de novembro. Então, é bem provável que a gente ajuste algumas coisas. Só não abrimos mão dos torneios de Grand Slam e dos Masters 1000”, diz o brasileiro.
Com mais essa taça, o brasileiro alcança o 18º lugar no ranking mundial de duplas. No total, Bruno Soares tem 33 títulos na carreira.
Título com Pavic
Após encerrar a parceria com o britânico Jamie Murray, em maio de 2019, formou um time com Mate Pavic. Os dois começaram a participar em parceira do circuito internacional no segundo semestre do ano passado. Em outubro de 2019, eles já haviam vencido o Master 1000 de Xangai, em uma final com brasileiros, quando Bruno e Pavic enfrentaram o mineiro Marcelo Melo e o polonês Lukasz Kubot. O placar foi 2 sets a 0, com parciais de 6/4 e 6/2. A partir dali, Soares e Pavic partiram para vários campeonatos com boas campanhas, mas sem conquistas.
O jejum terminou nesta quinta-feira e em alto estilo. “A gente fazia bons jogos. Tivemos campanhas muito boas em muito torneios, mas sempre perdíamos em pequenos detalhes. Acho que até foi bom aquela eliminação na estreia do Masters 1000 de Cincinnati (no dia 24 de agosto). Pude me focar mais. Sabia que a questão não era ritmo de jogo. Nesse US Open fizemos um torneio muito bom. As três últimas partidas foram excelentes. É difícil dizer qual foi a melhor”, afirmou Bruno.
Soares também avaliou a final contra Nikola Mektic e Wesley Koolhof: “Sacamos muito bem. Eles não tiveram chances de quebrar nosso serviço. Acho que foi meu melhor dia no saque. Porém, os últimos três jogos nossos foram muito bons. Não tem como escolher uma partida como a melhor nesse US Open. Fomos muito bem nesse torneio. Meu ponto forte é a consistência na parte psicológica e na parte do volume do jogo. O ponto forte do Mate é partir para os pontos vencedores, ele é um cara que cresceu muito aqui”.
Fonte: Agência Brasil