Primeiro passo para revitalização do Centro Histórico da cidade, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta) e da Fundação Cultural “Alfredo Ferreira Lage” (Funalfa), e em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), lançam o “Concurso Público Nacional de Arquitetura e Urbanismo”, para seleção de anteprojeto de requalificação do “Espaço Mascarenhas”. O edital 01/2020 foi divulgado nesta sexta-feira, 4, no “Atos do Governo”. As inscrições poderão ser realizadas até o próximo dia 26, pelo site oficial do concurso, concursofabricamascarenhas.org.
Para o prefeito Antônio Almas, a decisão de promover este concurso demonstra o cuidado, a seriedade e o carinho como a atual administração pensa a história, a cultura e o urbanismo da cidade: “Quando pensamos na formalização deste concurso, agimos, podem ter certeza, muito mais com a emoção, o amor e o respeito que temos por Juiz de Fora. Neste edital está formalizada nossa decisão de fazer com que o Centro Histórico de Juiz de Fora renasça sobre a base do sentimento histórico e cultural, da força de nossas tradições econômicas e arquitetônicas, e que todo esse complexo seja revitalizado nos ideais que moveram grandes cidadãos e cida dã ;s desta cidade, que nasceram aqui ou para aqui vieram, gerando essa magnífica cidade. É com emoção que anuncio o lançamento desse concurso, e que ele seja o marco inconteste da força criativa de arquitetos e urbanistas, de todo o Brasil, que vejam Juiz de Fora com a importância que nossa cultura, nosso turismo, nossa economia, e, principalmente, nossa gente, merecem”.
Tendo em vista o potencial comercial, cultural e turístico do complexo, será selecionada proposta que, sem abrir mão da contemporaneidade, e agregando novos valores, seja capaz de dialogar com o contexto histórico e cultural no qual o “Espaço Mascarenhas” e a Rua Dr. Paulo de Frontin estão inseridos, respeitando a configuração espacial urbana e arquitetônica do Centro Histórico de Juiz de Fora. Os espaços internos e externos deverão ser pensados de forma a abrigar as atividades que já acontecem, e outras que venham a ser propostas. “A requalificação traz nova perspectiva para nosso Centro Histórico, para o incremento da atividade turística no Município, tornando o espaço um atrativo destino da população e dos que visitam a cidade. A intenção é fomentar o uso do ´Espaço Mascarenhas` como polo de economia circular e criativa, valorizando o entorno e reforçando a mobilidade a pé e o uso dos espaços públicos”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária, Lúcio Sá Fortes.
Poderão participar profissionais, individualmente ou na qualidade de responsável técnico de sociedade/empresa de prestação de serviços de arquitetura e urbanismo. A premiação será de R$ 40 mil; R$ 20 mil e R$ 10 mil, respectivamente, para o primeiro, segundo e terceiro colocados. O responsável pelo anteprojeto vencedor será contratado para o desenvolvimento dos projetos executivo de arquitetura e urbanismo da Praça Antônio Carlos, da Rua Dr. Paulo de Frontin e do Centro Cultural “Bernardo Mascarenhas”, além dos respectivos projetos legais e complementares.
“O concurso inicia o processo de revitalização do Centro e é o fio condutor por agrupar elementos que contam a nossa história, por abrigar a Fábrica “Bernardo Mascarenhas”, um dos maiores propulsores do desenvolvimento de Juiz de Fora, mas que também conta a história do desenvolvimento industrial do Brasil, por ser uma fábrica que trouxe a primeira hidrelétrica da América Latina para alimentar os seus teares, e agora pode ser o propulsor do desenvolvimento do Centro Histórico da cidade, como lugar para desenvolver economia criativa, o turismo, a cultura e o lazer, ressignificando o viver da cidade”, enumerou o secretário de Planejamento e Gestão, Rômulo Veiga.
”Espaço Mascarenhas”
O “Espaço Mascarenhas” é importante referencial do patrimônio cultural juiz-forano, que integra, também, o Núcleo Histórico da Praça Antônio Carlos. Seu complexo abrange área de 17 mil m² e contemplando a praça, a antiga subestação, os edifícios do Centro Cultural “Bernardo Mascarenhas” (CCBM), da Biblioteca Municipal “Murilo Mendes” (BMMM), da antiga sede administrativa da fábrica de tecelagem (atualmente ocupada pela Secretaria de Educação – SE), do Mercado Municipal e o estacionamento.
A Rua Dr. Paulo de Frontin, que além de abrigar significativos exemplares arquitetônicos protegidos, atua como elemento de ligação entre o “Espaço Mascarenhas” e a Praça Dr. João Penido, que, juntamente com a Antônio Carlos, representam dois dos principais núcleos históricos da cidade. Todos esses elementos integram ainda o Núcleo Histórico Urbano, que detém importante acervo do patrimônio cultural de Juiz de Fora.
“Esse concurso mexe com o coração da cidade e faz parte de um projeto mais ambicioso, de requalificação de todo o Centro Histórico. É muito importante dar o primeiro passo dessa requalificação, deflagrar esse movimento de valorização da cultura. A gente ouve muito falar de obras públicas, mas que, normalmente, são obras de urbanismo ou circulação viária, também essenciais para a cidade. Mas, nesse caso, a Prefeitura de Juiz de Fora está priorizando a área cultural, o que mostra que a cidade está em um caminho positivo de valorização de seu patrimônio, sua história, sua memória e sua cultura”, destacou o diretor-geral da Funalfa, Zezinho Mancini.
“Exemplo a ser seguido”
O concurso é modalidade de licitação, prevista pela Lei 8.666/93, que se inicia com a definição do anteprojeto de arquitetura e urbanismo, escolhido por Concurso Público Nacional. Em Juiz de Fora, será organizado pelo IAB, instituição de larga experiência na condução de concursos públicos no Brasil, em seus 99 anos de existência. Na avaliação do secretário de Planejamento, Rômulo Veiga, “adotar um concurso público de arquitetura e urbanismo também traz outras relevâncias, como o olhar distinto para o local e uma pluralidade de projetos repensando esse espaço tão central para o Município, além de ser o modelo mais democrático de competição de projetos”.
“Esse concurso é duplamente importante, e é uma honra para o IAB organizá-lo, em parceria com a Prefeitura de Juiz de Fora. Primeiro, porque reforça o papel do concurso público como melhor forma de contratação de um projeto de arquitetura para um edifício de uso público, por ser o processo mais democrático e que promove uma verdadeira discussão pública sobre a arquitetura – são apresentadas várias propostas e a escolha deve ser pela melhor, evidentemente considerando a adequação ao orçamento. É um exemplo a ser seguido por outros municípios brasileiros. Outro aspecto a destacar é que, por se tratar de um edifício de valor histórico e arquitetônico, demonstra que os concursos públicos podem e devem ser realizados também em situações como essa”, destacou o presidente do Instituto, Nivaldo Andrade.
Fonte: Assessoria