O Cruzeiro recebeu nessa quarta-feira (2), mais uma nova punição imposta pela FIFA, desta vez referente à transação envolvendo o atacante Willian, ocorrida em 2014. A Raposa foi proibida pela entidade máxima do futebol mundial, de registrar novos jogadores, cujo motivo foi pela não quitação da dívida com o Zorya da Ucrânia. O clube brasileiro alega que pagou o valor avaliado em 1 milhão de euros (cerca de R$ 6,34 milhões), entretanto o acerto não foi homologado na FIFA.
Em nota divulgada em seu site oficial, o Cruzeiro rebateu a punição imposta e anexou e-mails do Zorya, salvos no banco de dados da federação. Além disso, o time mineiro conta que os bens relativos referentes ao atacante Willian, foram cedidos ao Alik Football Management, da Estônia. Veja a nota abaixo:
“O Cruzeiro Esporte Clube confirma que recebeu um contato da Fifa sinalizando que o FC Zorya contesta acordo firmado entre os clubes, anunciado oficialmente no mês passado, envolvendo a dívida de 1.159.786,31 euros, vencida em 20 de agosto de 2020.
Diante da contestação do FC Zorya, a Fifa aplicou a sanção de transfer ban (impossibilidade de registro de novos jogadores), o que é lamentado e contestado pelo Cruzeiro Esporte Clube, já que o acordo celebrado entre as partes, se fez mediante canais oficiais previstos pela Fifa para tanto.
Na véspera da data de vencimento da dívida, o FC Zorya notificou o Cruzeiro, por meio de seu e-mail oficial, cadastrado no Fifa/TMS, informando que realizou uma cessão do crédito específico ao Alik Football Management, da Estônia. Desta forma, o Cruzeiro negociou o parcelamento do débito diretamente com o Alik, mas, para se resguardar, exigiu que o FC Zorya fizesse parte do acordo como terceiro interessado, e informou que faria o pagamento somente após sua homologação pela Fifa.
No trâmite, além do selo de autenticação e assinatura do representante do FC Zorya em todos os documentos, nos quais o mesmo atesta, num primeiro momento, a cessão do crédito para o Alik, e, num segundo momento, o termo de formalização do acordo, é importante destacar que a comunicação entre todos os envolvidos sempre se deu por meio dos canais oficiais estabelecidos pelo sistema Fifa/TMS, que é extremamente rigoroso com o acesso, cadastramento e processos dos seus e-mails.
Sendo assim, diante da manifestação do FC Zorya, a contestação do Cruzeiro se baseia em duas variáveis: ou o sistema da Fifa apresentou algum tipo de falha, o que é pouco provável, ou o clube ucraniano está contradizendo os documentos que seu próprio representante validou e assinou, documentos estes disponíveis em anexo à esta nota.
Por esta razão, na noite de ontem, 1º de setembro de 2020, o Cruzeiro enviou manifestação formal à Fifa, esclarecendo o ocorrido e exigindo a reconsideração da pena por ora imposta. O Clube reitera que em todos os momentos e processos agiu com absoluta clareza, boa fé e dentro da legalidade, confiando que a comunicação feita por meio dos canais oficiais da Fifa, com todos os envolvidos em cópia, inclusive o advogado do FC Zorya, são válidas”.
Caso Willian
No ano de 2014, o Cruzeiro fechou a contratação do atacante Willian, em uma transação junto ao Metalist da Ucrânia. O clube europeu e a dívida foi herdada pelo Zorya FC, o que resultou no falecimento do clube ucraniano e até falsificação de documentos. Na época o valor da cotação era avaliado em cerca de R$ 4,4 milhões.