CONSTELAÇÃO FAMILIAR: método terapêutico que estuda padrões de comportamento vem ganhando destaque no país

Todos nós nascemos com características individuais, sejam físicas ou emocionais. Ao longo do nosso desenvolvimento enquanto seres humanos, algumas particularidades se manifestas, como o comportamento ou a maneira que reagimos a determinadas situações. Muitos de nós não sabemos que esses pontos são resultados e nossos sistemas familiares e é isso que a Constelação Familiar estuda. O método da Constelação Familiar Sistêmica é uma abordagem psicoterapêutica inovadora criada há mais de 30 anos pelo alemão Bert Hellinger. Pertencimento, ordem e equilíbrio. Hellinger se baseia nessas três pontos naturais do relacionamento humano para desenvolver a chamada constelação familiar. Através da Constelação se resgata o tema da ancestralidade para trabalhar a cura de pessoas nos diversos sistemas.

O tema abre vários leques para debates e um deles implica no patrimônio genético que herdamos dos nossos antepassados. Adquirimos suas crenças, valores, costumes, traços e, muitas vezes, repetimos alguns comportamentos negativos. Um exemplo disso são casos em que os pais que não demonstram carinho para os filhos porque não receberam amor.

Ao contrário do que muitos pensam a Constelação Familiar Sistêmica não é um processo religioso ou espiritualista. A técnica, com abordagem terapêutica, tem como objetivo promover uma mudança de comportamento de forma rápida em alguns e mais lento para outros. Liliam W. Rodrigues e Ana Carolina Durante são Consteladoras Sistêmicas, professoras e proprietárias da MOB Constela. Lilian explica que o método coloca a família em ordem, cada um em seu lugar. “A Constelação Familiar abre-se em uma imagem representativa da minha família, por exemplo. Eu tenho um problema, uma questão, uma dificuldade de relacionamento com alguma pessoa ou algum problema de saúde, eu posso procurar a Constelação Familiar para poder observar em um campo de representações, ou seja, com bonecos, objetos ou com pessoas montando uma cena. Eu consigo observar qual é dinâmica oculta que atua por trás dessa questão que eu apresento, o que de fato pode estar motivando para que aquele problema se repita”, disse.

Muitas de nossas questões têm origens do nosso sistema, ressalta Ana Carolina. “Já foram vividas por familiares anteriores a nós ou podem estar relacionadas a exclusões que aconteceram na nossa família ou no nosso sistema, a desequilíbrios nas trocas e a desordem hierárquicas que, por exemplo, podem ter acontecido de um filho ter que assumir o papel de pai dos irmãos. Essa é uma desordem hierárquica que é comum. Quando um pai morre o filho mais velho pode se tornar, na medida do ambiente familiar dele, o responsável pelos irmãos e isso o desloca do seu lugar de filho e faz com que ele atue na função de pai e acaba trazendo vários sintomas para todos os envolvidos no sistema. Isso porque um lugar que estava vazio foi ocupado por alguém menor”, explica.

Sendo assim, a vivência dos nossos antepassados, bem como suas crenças, valores morais, traumas, doenças e segredos formam uma espécie de memória que pode ser passada geneticamente para os filhos, netos e bisnetos, influenciando a vida dos descendentes. “A ideia principal da Constelação é descobrir qual dinâmica eu estou reproduzindo e ficar livre disso. Reconhecer que o destino de todos da minha família que vieram antes tem um valor muito alto, então respeitar esse destino mesmo que eu discorde, mesmo que seja doloroso, que seja difícil. É o que pode me dar forças para seguir finalmente só o meu destino e viver minha vida”, disse Liliam. Ainda na questão do reconhecimento, Ana Carolina complementa que “isso não significa me separar dos meus familiares, muito pelo contrário, é reconhecer o lugar e a força de cada um deles e a importância, principalmente, dos meus pais, avós e bisavós que vieram antes de mim. Hierarquicamente eles são os importantes e eu estou aqui na minha vida seguindo e quando eu vou para a minha família e me caso eu me torno o importante”, disse.

A técnica vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil. Em março de 2018, o Ministério da Saúde incluiu 10 novas Práticas Integrativas e Complementares (PICs) no Sistema Único de Saúde (SUS) e uma delas foi a Constelação Familiar Sistêmica.

Lucy Crivellari, Funcionária Pública, e Vinícius Cristóvão, Ator e Produtor, já utilizaram a técnica de constelação. Ambos são constelantes da Liliam e Ana Carolina. Lucy descobriu a técnica sozinha enquanto navegava na internet. “Comecei a pesquisar e me interessei. Minha psicológica me indicou uma equipe e iniciei a técnica”, disse. Em contato com a Constelação Familiar Sistêmica desde dezembro de 2016, a funcionária pública já fez três sessões. “A gente vai sentindo uma mudança no nosso dia a dia e com as pessoas envolvidas. É excelente e recomendo para todo mundo que está pronto para ver e mudar a vida”, disse. Já Vinícius conheceu a Constelação através de um estudo pessoal a partir da Antroposofia. “A partir disso eu fui buscando outras técnicas que me colocasse diante dessa busca do autoconhecimento”, disse. Desde então ele já fez cinco constelações. “Eu já fiz constelação de diversas formas. Já fiz por questões pessoais, por obstáculos ou espinhos, que eu tenho, que todos nós temos, e eu já inseri a constelação para questões profissionais. Na minha percepção a constelação te coloca como um observador crítico das questões, não que julga se é bom ou ruim, não está nesse universo superficial, ela me faz ter uma visão sobre as questões que eu estou lidando sem reagir a elas, ela me dá uma orientação”, disse.

O atendimento pode ser feito particular ou em grupo. Na segunda opção, enquanto a técnica é desenvolvida, o processo de aprendizado acontece simultaneamente com o cliente, com os representantes e com quem está apenas assistindo. Liliam e Ana Carolina pontuam que a Constelação traz a auto-responsabilidade para sua própria vida. A partir do que foi visto, a pessoa assume a auto-responsabilidade de olhar para aquilo e lidar com os meios que ela tiver, no tempo que ela tiver. “Acontece uma vez e cada tema só é constelado uma vez e não tem pós-sessão”, explicam. Os temas podem ser variados, sendo família ou sistema empresarial, por exemplo. A Constelação realizada em grupo tem duração de 30 minutos à uma hora, enquanto a particular é de 2 horas. Não são constelados pelas profissionais pessoas menores de idade ou que possuam algum diagnostico relacionado a problemas mentais.

As Consteladoras atuam a partir do método da Comunicação Compassiva para acessar ao campo de informações do constelante. “Toda vida vivida deixa uma informação”, comentam. Para conhecer mais sobre o trabalho de Liliam W. Rodrigues e Ana Carolina Durante basta acessar o site da MOB Constela ou através do canal no YouTube, MOB Dica.




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