Durante todo o mês de outubro é celebrado o “Outubro Rosa”. A campanha tem como objetivo estimular a participação da população no controle do câncer de mama e compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença.
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação de células anormais da mama, que formam um tumor. Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido enquanto outros são mais lentos. De acordo com Lívia Toledo, Médica Ginecologista e Mastologista, o câncer de mama é multifatorial. Alterações ambientais/comportamentais e genéticas podem levar ao câncer de mama. “A parte hereditária, que seria a parte genética associada ao risco familiar, é responsável por cinco a 10 por cento somente dos casos. O fator ambiental é um dos principais fatores do câncer de mama”, disse. Relacionado a esse fator, Lívia explica que hábitos alimentares, como má alimentação, e sedentarismo, facilitam com que ocorram alterações nas células, que futuramente podem desenvolver um tumor de mama.
De acordo com o INCA – Instituto Nacional de Câncer – entre os tipos de câncer mais frequentes em 2018 está o de mama, com mais de 59.700 mil novos casos em mulheres. Depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama corresponde a cerca de 25% dos novos casos a cada ano, sendo o mais comum entre mulheres no Brasil e no mundo. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama éfrequente nas mulheres das Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
O autoexame das mamas, que se dá através do toque, é a maneira mais popular e divulgada para detectar o câncer de mama, mas nem sempre a doença pode ser percebida somente com o apalpar dos seios. “Quando as lesões, os tumores, estão em fases iniciais, só conseguimos perceber através dos exames de mamografia, pois seriam as microcalcificações. Quando a gente tem algum nódulo maior é possível notar com o toque”.Ela ainda explica que o autoexame das mamas é importante para a mulher no autoconhecimento e no autocuidado das mamas. “Se a mulher percebe alguma alteração, alguma secreção saindo do bico do peito, alguma anormalidade, ela vai procurar um médico. Exame de detecção e de rastreio é o exame clínico, por exemplo, a mamografia. O autoexame é para o autoconhecimento da mama”.
No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde é a realização da mamografia de rastreamento, quando não há sinais nem sintomas, em mulheres com idade entre os 50 e 69 anos. Em caso de histórico familiar de câncer de mama é aconselhado que o exame seja feito até mesmo antes da idade prevista. Em caso de indicação de um profissional de saúde, realiza o exame.
TRATAMENTO
Existe tratamento para câncer de mama, e o Ministério da Saúde oferece atendimento por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS. O tratamento do câncer de mama varia de acordo com o estadiamento da doença, suas características biológicas, bem como das condições da paciente, que envolve questões de idade, status menopausal, comorbidades e preferências. Lívia explica que existem várias modalidades. “Temos o tratamento cirúrgico, quando retiramos o tumor, o tratamento de quimioterapia, que é para tratar a doença sistêmica, quando a doença se espalhou pelo corpo ou para evitar que essa doença se espalhe pelo corpo, e também temos a radioterapia que seria para depois de um tratamento cirúrgico, que é feito para evitar a recidiva da doença”, explica. Segundo a mastologista, as chances de cura do câncer de mama, se detectado em fase inicial, são entre 90 a 95%.
DICAS PARA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA
Como foi explicado pela profissional, os hábitos comportamentais, sendo o fator ambiental o principal deles, estão relacionados ao desenvolvimento do tumor ligado ao câncer de mama. Além disso, pesquisas científicas mostram que o desenvolvimento de até 13 tipos tumores está relacionado a comportamento. De acordo com Lívia Toledo, “a primeira coisa é tentar realizar atividade física pelo menos três vezes por semana porque isso evita o ganho de peso, pois sabemos que a gordura está associada ao desenvolvimento do câncer de mama por conta dos estrógenos. Quanto mais gordura a paciente tem, mais hormônio ela tem, que estaria associado ao câncer de mama. Além disso, temos a questão da alimentação. Evitar carboidrato e açúcar, porque açúcar é um grande cancerígeno”.
Ela aconselha optar sempre por alimentações mais saudáveis, como frutas, legumes e verduras. “A couve-flor tem uma substância muito importante anticâncer. Os alimentos que devemos evitar é o açúcar e também a carne vermelha, que estão associados ao aumento do risco potencial de câncer de mama. Para evitar o surgimento da doença, a gente só consegue mudando os hábitos de vida”, explicou.
PERGUNTAS FREQUENTES
– Prótese de silicone nos seios pode levar à doença?
“Não. A prótese de silicone não tem relação com o câncer de mama. A paciente pode colocar a prótese e realizar os exames normalmente. Temos técnicas especiais para realizar o exame”.
– A amamentação diminui os riscos de câncer de mama nas mulheres?
“A amamentação é um fator protetor contra o câncer de mama, porque quando a mulher amamenta, ela chega ao estágio final do desenvolvimento da glândula mamária. Se ela chega nesse estágio final, é mais difícil acontecer alguma alteração genética, porque já seria uma célula mais madura”.
– Pílula anticoncepcional aumenta o risco da doença?
“Alguns estudos mostraram que o anticoncepcional estaria associado ao aumento de risco de câncer de mama, mas são vários outros fatores. O fator ambiental é o principal causador, que vai gerar alteração para levar ao tumor de mama”.
CÂNCER DE MAMA NOS HOMENS
O câncer de mama não é restrito apenas às mulheres e a doença pode, também, ser descoberta nos homens. De acordo com a especialista, o câncer de mama atinge em média 1%. “A cada 100 mulheres 1 homem vai desenvolver câncer de mama. No homem o câncer de mama atinge idade mais avançada”, disse Lívia Toledo, Médica Ginecologista e Mastologista. Portanto, se você notar qualquer alteração nas mamas é importante que consulte imediatamente um médico para poder realizar o diagnóstico.