Agora que o câmbio está melhorando, que tal atravessarmos o Atlântico?

LISBOA – entre as colinas que rodeiam o rio Tejo, uma cidade com mais de três mil anos guarda fragmentos da história. Lisboa, capital de Portugal, revela entre seus becos e ruelas a tradição de uma cidade que fez parte de grandes momentos e descobertas da humanidade.

Lisboa, estende-se à beira do Tejo e guarda consigo o mistério de quem chega e de quem parte. Com vinte séculos de história, é uma cidade que navega pelo tempo, vibrante e cosmopolita. Cidade com alma, combina o charme de ruelas e calçadas dos bairros tradicionais como Alfama e Mouraria com movimentadas avenidas e a nova urbanidade do Parque das Nações.

Única capital da Europa onde o sol se põe no mar. É uma cidade de contrastes em que a história e a modernidade convivem junto ao rio. Construções históricas, a melodia do fado, o sabor de pratos típicos centenários e o movimento dos bondes convidam turistas de todo o mundo a uma viagem ao passado. No entanto, nessa cidade, não é necessário olhar muito de perto para ver emergir o novo em meio ao tradicional.

Localizada a margem do Rio Tejo, a Torre de Belém foi construída para defender a cidade da ocupação Filipina. Foto: Rafaela Frutuoso

Lisboa encontrou maneiras de inovar, usando a história para criar a novidade. Novos sabores, novas construções e sons nascem inspirados na herança cultural da cidade.

A menos de dez minutos do centro de Lisboa, Belém é o eixo da vida cultural em  meio a modernidade. A Torre de Belém, um dos grandes marcos de Lisboa, foi construída em homenagem ao patrono da cidade, São Vicente. Considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, o monumento, que teve sua construção finalizada em 1520, já foi forte, prisão, alfândega, farol e, hoje, é um ponto turístico imperdível.

O local encanta por sua mescla de estilos arquitetônicos que incluem torres de vigias em estilo mouro, setores em estilo manuelino, elementos naturalistas e até mesmo influências islâmicas e orientais. Do lado externo, cordas e nós esculpidos em pedras remetem às grandes navegações portuguesas. Afora sua riqueza arquitetônica, a Torre de Belém oferece uma vista privilegiada do rio Tejo e de boa parte da região de Belém.

Ainda em Belém, inclua no roteiro passeios a pé ou de bike pelas margens do rio e não deixe de conhecer atrações como o Padrão dos Descobrimentos; o Mosteiro dos Jerônimos, um hino talhado em pedra à herança marítima portuguesa; o Centro Cultural de Belém; o Museu dos Coches (carroças) e as atrações culturais que pipocam  por todas as partes.

Até mesmo a arquitetura contemporânea assume temas marítimos : a impressionante ponte Vasco da Gama tem a forma de uma vela gigante.

Após o devastador terremoto de 1755, a Baixa Pombalina (o centro de Lisboa) foi reconstruída em estilo clássico, mas muitos dos tortuosos bairros medievais permanecem, recheados de fascinantes lojas, restaurantes e cafés. À noite, esses bairros animam-se, oferecendo de tudo: da música africana à latino-americana, e, claro também a triste melancolia do fado.

Os elétricos, isto é, os bondes, da cor do sol são uma forma original de descobrir o coração da cidade e as histórias que esconde. As fachadas cobertas de azulejos contam histórias em todas as cores e as pedras da calçada desenham a preto e branco : peixes, flores, sereias e pássaros.

Também conhecido como Mosteiro de Santa Maria de Belém, o Mosteiro Jerónimos foi construído no século XVI e é uma das principais igrejas-salão da Europa. Foto: Rafaela Frutuoso

No Bairro Alto, um dos mais antigos e animados da cidade, há bares, restaurantes e lojas de design e moda que convivem com tascas onde se pode ouvir o fado, no qual a alma portuguesa canta o seu destino. Um bom exemplo é a loja galeria Montana, que vende roupas, livros e abriga exposições temporárias de grafite. Ao lado, o Chiado, um dos bairros mais sedutores da cidade e centro da sua vida cultural, com os seus teatros, livrarias e cafés com tradição literária como a Brasileira, onde os turistas não se cansam de se fotografar com o poeta Fernando Pessoa. Continuando no Chiado, vão surgindo inúmeras e charmosas livrarias e lojas de designers portugueses. Bastante original é a loja A Vida Portuguesa que garimpa genuínos tesouros de todo o país como andorinhas de cerâmica, azulejos pintados à mão e artesanais lenços bordados.

Fazer compras em Lisboa é uma experiência única. Lojinhas tradicionais convivem harmoniosamente com grandes centros comerciais, oferecendo uma diversidade imensa de produtos. Vale a pena percorrer as ruas da cidade e conhecer as características próprias de cada bairro.

O melhor exemplo é a Rua Augusta, na Baixa, com seus largos calçadões exclusivos para pedestres. Edifícios comerciais centenários vendem produtos pitorescos como a Chapelaria Azevedo, que desde 1896 já atendeu clientes famosos como os escritores Fernando Pessoa e Jorge Amado. Ali também marcam território as famosas redes de fast fashion Zara e H&M.

A elegante Avenida da Liberdade, considerada a 10ª mais luxuosa do mundo, é o  endereço de marcas internacionais de moda. Ao longo dos seus 1273 metros se enfileiram lojas como Louis Vuitton, Dolce & Gabbana, Prada, Gucci; e também os grandes hotéis cinco estrelas de diversas bandeiras internacionais.

O simpático bondinho elétrico é o mais recomendado para os visitantes turistarem por Lisboa. Foto: Rafaela Frutuoso

Imagina as marcas mais badaladas reunidas em um só lugar. Ocupando sete Andrés, o El Corte Inglés, em Lisboa, é uma gigante loja de departamentos. A loja preza pelo bom atendimento e entrega as mercadorias, sem nenhum custo, em qualquer lugar de Lisboa. E uma boa noticia para os turistas: nas compras acima de 61,35 Euros é possível requerer a devolução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), cujo valor é de 23%. Vai ser difícil sair dali sem uma sacolinha ou várias.

Enraizada na história, mas repleta de discotecas, bares e animada vida noturna, Lisboa está rapidamente ganhando reputação de uma das  melhores cidade do mundo para visitar e se divertir.

O fado é a alma da música portuguesa. Fado significa “destino” e o que se canta, ora em tom mais trágico, ora em tom mais jocoso, é a expressão de um sentimento fatalista e nostálgico a propósito de um amor perdido, de um futuro incerto, de uma vida difícil, quase sempre envolvendo saudades de outros tempos, lugares e pessoas. Ao poema, cantado com grande emoção, vê juntar-se a guitarra clássica e a guitarra portuguesa que marcam o ritmo e recheiam a melodia. Manda a tradição que os vocalistas – homens ou mulheres, vistam preto, elas usando xaile; mas uma nova geração de excelentes fadistas tem vindo a inovar vários aspectos do fado,desde a parte volva à instrumental, passando também pelo visual.

Em Lisboa, encontra-se doces e bolos de comer e chorar por mais. Difícil mesmo é escolher entre tantos mas o mais famoso é o pastel de nata, isto e, o Pastel de Belém. Foto: Rafaela Frutuoso

A gastronomia portuguesa é uma das melhores do mundo. O bacalhau seco no sal é um produto de longa tradição desde a época dos Descobrimentos e os portugueses gabam-se de saber cozinhar de 1001 maneiras diferentes. Bacalhau à Braz, açorda de bacalhau, bacalhau à saloia, são algumas das especialidades mais comuns. Tem muito mais além do bacalhau : sopas, frutos do mar, carne e os doces.

A doçaria portuguesa é extraordinariamente elaborada e diversificada. Nos restaurantes e pastelarias  de Lisboa, encontra-se doces e bolos de comer e chorar por mais. Difícil mesmo, será escolher entre tantos mas o mais famoso é o pastel de nata, isto e, o Pastel de Belém; feitos com nata e massa folhada, os pastéis de nata são amplamente apreciados. Os mais famosos e inimitáveis são os da Fábrica dos Pastéis de Belém,em Lisboa. A sua receita provém de um monge do vizinho Mosteiro dos Jerônimos e é dos segredos mais bem guardados da doçaria portuguesa.

Na Região de Lisboa produzem-se vinhos brancos, tintos, roses e espumantes, bem como aguardentes vínicas.

Lisboa é realmente uma cidade maravilhosa e tem muito mais para se fazer e conhecer e ainda existe a possibilidade de não fazer rigorosamente nada – pedir um galão e um pastel de nata e olhar em volta. É espantosamente fácil quando se está em Lisboa.

 




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