Foi realizado nessa terça-feira, 11, em Juiz de Fora um ato público com objetivo de sensibilizar a comunidade sobre a paralisação dos atendimentos do Banco de Leite Humano na última semana. “Eu tinha sito informada que os funcionários estavam paralisados por falta de pagamento há dois meses. Essa paralisação afeta não só as mães que precisam do apoio no início da amamentação como aquelas que doam o leite”, conta Lívia Arcanjo, uma das responsáveis pela organização do ato.
O ato público foi realizado em frente à sede da unidade, e teve apoio da Aliança de Mulheres pela Maternidade Ativa (Amma). “Algumas mães estavam se mobilizando porque foram informadas que o Banco de Leite havia fechado na semana passada, isso nos preocupou e nós começamos a nos mobilizar para fazer um ato simbólico, um abraço ao banco. A gente se juntou para mostrar para a cidade que o Banco de Leite tem importância e que um dia dele fechado é prejudicial”, disse Aline Bandeira, membro da Coordenação da Amma.
De acordo com as informações, os atendimentos foram interrompidos na última segunda-feira, 3, dias após o encerramento das comemoração do Agosto Dourado, mês que é destinado à conscientização da importância do aleitamento materno. A paralisação dos serviços aconteceu devido à falta de repasse de verbas da Prefeitura à Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac), que é responsável pelo Banco de Leite.
O Subsecretário Interino de Redes Assistenciais, Rodrigo Almeida, compareceu ao local do ato e conversou com as mães presentes e com os membros da Amma, e explicou que está ocorrendo uma transição do Banco de Leite, cuja gestão administrativa e de pessoas pertence, atualmente, a Amac, para a Prefeitura de Juiz de Fora, através da Secretaria de Saúde e que o termo de colaboração emergencial da Prefeitura com a Amac vai durar seis meses. “Neste momento de transição a prefeitura está avaliando a forma com que a saúde receberá esse serviço”. O subsecretário também esclareceu que uma parte dos servidores do Banco de Leite pertence à Amac e que esses funcionários fizeram uma ‘reunião’, mas que não houve desassistência as mães e nem a falta de pagamento dos funcionários por parte da Prefeitura. “Não houve nenhum momento de desassistência às mães e as crianças e também não está ocorrendo nenhuma falta de pagamento do salário dos servidores”, disse.
O Diário Regional não conseguiu fazer contato com os responsáveis pela Amac, à Associação Municipal de Apoio Comunitário, até o fechamento desta matéria para entender a situação ocorrida na última semana.
O Banco de Leite Humano de Juiz de Fora atende a Santa Casa de Misericórdia, o Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus e o Hospital João Penido, atende também hospitais da região, na cidade de Barbacena, São João Del Rei, São João Nepomuceno e Leopoldina. Além disso, integra a Rede Global de Bancos de Leite e, conforme a Unidade, no mês de agosto, estava atendendo 61 bebês prematuros em Unidades de Tratamento Intensivas (UTIs). No período, foram coletados 80 litros de leite humano.
Lívia Arcanjo ainda comentou sobre a importância do Banco de Leite em sua vida. “O aleitamento materno é o ato materno primordial de amor e de empedramento da mulher que gera e que gesta. O Banco de Leite é um poder que a gente tem de apoio. É um ato muito difícil para a mãe que tem uma série de enfrentamentos. No início da minha amamentação eu tive muitos problemas, o bico do meu peito feriu. Eu vim ao Banco de Leite desde o terceiro dia de vida da minha filha e foi assim até o vigésimo primeiro. Se hoje eu consigo amamentar minha filha em qualquer lugar, em livre demanda é graças ao Banco de Leite”, comentou. “A gente precisa que o Banco de Leite seja acolhido”, conclui Aline Bandeira, membro da Coordenação da Amma.