Com meio século de existência, a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ tem cumprido com louvor o papel de promover a valorização da literatura infantil e juvenil brasileira. Através de seminários, cursos, exposições, workshops, concursos, caravanas de leitura e premiações, a instituição tem ajudado a melhorar o hábito de leitura no país, desempenhando muitas vezes funções que caberiam a órgãos ligados às administrações municipais, estaduais e federal.
Hoje, o prestígio da FNLIJ junto ao mercado pode ser medido pela importância da avaliação das obras que ela realiza, gerando a publicação da seleção dos títulos considerados “Altamente Recomendáveis”. Este trabalho, sério e minucioso, ajuda direcionar a política de lançamentos das editoras especializadas em literatura infantil e juvenil, que buscam o recebimento deste selo de qualidade.
Vale lembrar que a FNLIJ é uma seção do IBBY (International Board on Books for Young People) no Brasil, e por isso promove também internacionalmente a nossa literatura infantil e juvenil. Baseado no desenvolvimento desse trabalho, o país conquistou em três oportunidades o Prêmio Hans Christian Andersen, a maior honraria do setor, e que é considerado o “Pequeno Nobel de Literatura”. Devemos agradecer às escritoras Lygia Bojunga e Ana Maria Machado, e ao ilustrador Roger Mello, pela façanha de terem elevado o nome do Brasil ao mais alto patamar desse segmento de literatura, nos anos de 1982, 2000 e 2014, respectivamente.
O sucesso da FNLIJ é amplamente reconhecido por escritores, ilustradores, especialistas, jornalistas, bibliotecários, editores e entidades representativas da cultura nacional. A ampla defesa pela criação de bibliotecas escolares, públicas e comunitárias, por exemplo, é uma das mais importantes bandeiras desfraldadas pela entidade, e que tem recebido o apoio de todos.
Lembro com carinho que, em 1987, fui eleito presidente do Conselho de Administração da FNLIJ, tendo como vice a saudosa Maria Alice Barroso. Naquele ano a instituição, com a mudança do estatuto, buscava trilhar novos caminhos e iniciava a profissionalização de sua estrutura. Em 1989, no último ano de minha gestão, editamos o catálogo “Guia de ilustradores Infantis Brasileiros”, patrocinado pelo Banco Bandeirantes e lançado pela Edições Consultor. Este foi um dos primeiros trabalhos com incentivos da Lei Sarney, lançada em 1986, e que hoje, evoluiu para a Lei Rouanet.
A comemoração dos 50 anos da FNLIJ configura-se como a consolidação de uma ideia brilhante e de um trabalho produtivo. O feito deve ser celebrado com muita honra e distinção, pois a entidade cumpre sua missão com muito esforço e, ao mesmo tempo, com muito prazer, pois a causa é nobre: levar cultura através de obras de qualidade, brilhantemente ilustradas. Mesmo vivendo tempos difíceis na economia e na política, o país precisa ser um vencedor na luta por oferecer educação e cultura às crianças brasileiras.
Parabéns às pioneiras Laura Sandroni, Ruth Villela Alves de Souza e Maria Luiza Barbosa de Oliveira, que criaram a FNLIJ, em 1968, e a todos aqueles deram continuidade à iniciativa, colaborando para que a instituição resistisse a todo tipo de dificuldade e se consolidasse como a “grande guardiã da literatura infantojuvenil brasileira de qualidade”.