Programação especial marca a “Semana Municipal de Conscientização sobre o Autismo”

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi comemorado nessa segunda-feira, 2. Até o próximo domingo, 8, palestras, oficinas e diversas outras atrações marcam a data. São atividades gratuitas que vão ocorrer ao longo da semana, organizadas pela Secretaria de Saúde (SS), através do Departamento de Saúde Mental (DSME), em parceria com o Grupo de Apoio a Pais e Profissionais de Pessoas com Autismo (Gappa).

“Queremos mostrar que o autismo não é uma doença e que o portador tem toda a oportunidade de se desenvolver e de fazer qualquer outra coisa, basta acreditar. Estamos em busca de uma sociedade mais acolhedora, com menos preconceito para poder dar a chance para essas pessoas mostrarem quem elas são”, afirma a presidente do Gappa, Ariene Menezes.

O autismo é um distúrbio neurológico caracterizado por comprometimento da interação social e comportamento restrito, que afeta mais de 2 milhões de pessoas no Brasil. Conforme pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2017, o transtorno atinge uma a cada 160 crianças. Estudos também mostram que o autismo tem a prevalência no sexo masculino, sendo que, para cada quatro casos de autismo, três se referem ao sexo masculino e apenas um para o feminino.

Desde 2015, o Gappa tem auxiliado os pais de crianças portadoras de autismo. “Já tinha interesse em ajudar outras famílias, porém, não sabia muita coisa sobre o assunto. Há seis anos, digitava-se autista na internet e não apareciam informações suficientes sobre o transtorno, diferente de hoje que nos deparamos com tudo e mais um pouco. Comecei a abordar pessoas nas ruas, procurando quem tinha características como as do meu filho. Senti essa necessidade para ajudar as mães e evitar que elas ficassem perdidas em relação ao transtorno como eu fiquei”, diz Ariene. “A princípio, também criei um blog para contar o dia a dia do meu filho, escrevia uma coisa aqui, outra ali, nisso, conheci uma mãe de um autista. Ela já tinha a intenção de fazer um grupo para discutir o assunto, fizemos uma reunião e surgiu o Gappa. Pouco tempo depois, assumi a direção. Criamos páginas nas redes sociais e fomos chamando outras mães e profissionais, e o movimento foi aumentando”, relembra ela, que também é mãe de uma criança autista, sobre como o Gappa foi criado.

Apesar dos avanços obtidos em relação à doença e seu tratamento, Ariene ressalta que são muitos os desafios. “Na área da educação, ainda existem poucos profissionais qualificados para acompanhar as necessidades das crianças. O acesso à saúde é limitado, principalmente nas áreas da fisioterapia, fonoaudiologia e outras. Não tem terapias disponíveis no SUS, são poucas pessoas e instituições que lidam com pessoas com a deficiência e a demanda é muito grande. Falta acessibilidade, nos ônibus urbanos, nas escolas e em vários setores”, afirma. Recentemente, ela procurou as comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e de Educação da Câmara Municipal para que os vereadores pudessem cobrar o poder público algumas melhorias. “Estamos na luta pela aprovação de leis que favoreçam as pessoas que convivem com o autismo”.

SERVIÇOS OFERECIDOS PELA PJF

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) afirma que através da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), realiza diversos serviços, programas, projetos e concede benefícios no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com deficiência e sua família. De acordo com a pasta “o objetivo é garantir segurança de renda, acolhida, habilitação e reabilitação, desenvolvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária, para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social”.

A SDS também informa que “possui um conjunto articulado de serviços ofertados pelo Sistema Único de Assistência Social (Suas) e um Departamento de Políticas para a Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, que busca a garantia de seguranças fundamentais no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos”.
O Gappa promove uma série de palestras com temas variados e é preciso fazer inscrição.

CONFIRA:

• Terça-feira, 3, Autismo e Genética e a Intervenção Precoce

• Quarta-feira, 4, A inclusão na Rede Municipal de Ensino, ABA e autismo, Terapia assistida por animais, e
Autismo e medicação.

• Quinta-feira, 5, Mesa-redonda: Trocando experiências sobre o autismo e A saúde do cuidador.

• Sexta-feira, 6, Equoterapia no autismo e Integração sensorial

• Sábado, 7, às 9h, passeata na Rua Halfeld. Depois, atividades recreativas no Parque Halfeld, até 13h

• Domingo, 8, a partir das 10h, piquenique na Praça Cívica da UFJF, na área verde

Mais informações podem ser obtidas por meio do telefone (32) 99181-9825, página do Gappa no Facebook ou pelo email autismogappa@gmail.com.




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