O Centro Socioeducativo de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, comemora 10 anos de funcionamento. Ao longo da década, aproximadamente 2.100 adolescentes cumpriram medidas socioeducativas de internação na unidade.
Com uma escola estadual dentro das instalações, todos passaram por acompanhamento escolar, por meio de frequência em escola regulamentar ou por meio de aulas de reforço – para aqueles em medida provisória por, no máximo, 45 dias.
No quesito profissionalização, mais de mil adolescentes participaram de cursos e oficinas. A gama de serviços aprendidos, que poderá se transformar em oportunidade para quando deixarem os muros do centro socioeducativo para trás é grande: padaria, lava-jato, horta, bombeiro hidráulico, eletricista, informática, gesseiro, entre outros.
Na terça-feira, 27, a unidade realizou uma solenidade para comemorar a década de atividades. O evento contou com a presença de antigos funcionários, que ajudaram a construir esta história, e parceiros de outras instituições.
O diretor da unidade, Osnério Abreu, fez questão de ressaltar a importância do trabalho de todos para os frutos colhidos na última década.
“Todos os profissionais que, no decorrer destes 10 anos, trabalharam em prol da ressocialização, contribuíram para este resultado. Estamos empenhados em levantar novas parcerias, para ampliar, cada vez mais, as perspectivas de vida desses jovens”, afirmou.
FAZENDO A DIFERENÇA
Um adolescente com diversos sonhos, que está trabalhando para reconfigurar a sua vida. Este é Eduardo Couto*, de 19 anos, apreendido por roubo, no início de 2017.
O jovem cumpriu oito meses de medida de internação no Centro Socioeducativo de Juiz de Fora e foi desligado do sistema em setembro. Na unidade, ele conta que voltou a estudar, participava de atividades e oficinas e passou a ter agentes e outros profissionais como referência de educação e caráter. Ao sair, trabalhou como servente de pedreiro – ofício que já desenvolvia esporadicamente – e, há três meses, conquistou um emprego de repositor de estoque em um mercado local. Eduardo* diz que está juntando dinheiro para tirar a carteira de moto este ano e comprar o veículo e, no ano que vem, pretende retomar os estudos.
“Por incrível que pareça, essa chacoalhada foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Na unidade, fui tratado com muito respeito. Sempre que me chamavam a atenção, era para o meu bem. Quero construir uma nova história e agradeço a todos eles por isso”, revela Eduardo*.
*Os nomes são fictícios para preservar os adolescentes segundo indicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
Fonte: Agência Minas