Autoridades fazem buscas em casas de políticos peruanos por caso Odebrecht

O Ministério Público do Peru realizou nessa terça-feira, 6, buscas nas residências de Jaime Yoshiyama e Augusto Bedoya, ex-ministros de Estado e ex-dirigentes do partido fujimorista acusado pelo ex-diretor da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, de ter recebido recursos da empresa para financiar a campanha política em 2011. A informação é da EFE.

Segundo uma emissora de televisão peruana, funcionários do MP entraram nas casas dos dois políticos nos distritos de La Molina e San Isidro, em Lima, em uma operação liderada pelo promotor responsável pelas investigações de lavagem de dinheiro, José Pérez Gómez.

Gómez investiga Keiko Fujimori, líder do partido Força Popular e filha do ex-presidente Alberto Fujimori, pelo financiamento irregular, particularmente pela Odebrecht, das campanhas políticas da coalizão, que em 2011 chamava-se Força 2011.

 

BUSCA E APREENSÃO

Segundo o jornal El Comercio, a ordem de busca e apreensão emitida pelo Poder Judiciário procura “encontrar elementos relevantes para a investigação” neste caso, como dinheiro em quantias significativas, documentos que comprovem a receptação de dinheiro da Odebrecht e de empresas vinculadas a ela, registros das companhias vinculadas aos investigados e ao partido.

Na semana passada, em seu depoimento para a promotoria peruana no Brasil, Barata afirmou, de acordo com os vazamentos publicados nos veículos de imprensa, que a Odebrecht tinha financiado a campanha de Keiko Fujimori com US$1,2 milhão. Cerca de US$1 milhão desse dinheiro teria sido entregue a Yoshiyama, secretário-geral do partido de Keiko e candidato a vice-presidente, e ao ex-ministro Augusto Bedoya.

Precisamente poucas horas antes de Barata depor no Brasil, os dois políticos viajaram de forma simultânea para os EUA, partindo do Peru. Pouco tempo depois, Yoshiyama enviou uma nota do exterior indicando que estava à disposição da promotoria. Já sobre Bedoya não há informações até o momento.

O caso Odebrecht no Peru segue o rastro da propina paga a funcionários e agentes públicos para vencer as licitações de contratos milionários de obras públicas, abrangendo os mandatos presidenciais de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016), além das campanhas eleitorais de outros políticos importantes.

Fonte: Agência Brasil




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