Havia muita expectativa sobre a estreia do Cruzeiro na Libertadores. Só que no primeiro embate o time de Mano não passou no teste. Na noite desta terça-feira, no “El Cilindro”, em Avellaneda, a Raposa foi doutrinada por Lautaro Martinez no 4 a 2 aplicado pelo Racing. Bobeadas no sistema defensivo e também na marcação foram rotina da equipe. Mesmo com o placar dilatado, não existe terra arrasada. O Cruzeiro jogou bem em determinados momentos, mas não conseguiu se impor quando o jogo pedia um golpe fatal e uma atenção apurada. A caminhada prossegue.
O JOGO
Cinco minutos de jogo e o primeiro obstáculo para a Raposa na Libertadores. Fred sentiu a panturrilha direita, deixando o campo de jogo para a entrada Sóbis. Sem a referência do 9, o Cruzeiro então estreava no torneio continental sem quatro titulares: Fábio, por conta do falecimento do pai, o zagueiro Léo e o lateral Edilson, os dois últimos suspensos por conta de punições em competições na Conmebol do ano passado.
O Cruzeiro teve que reorganizar sua estratégia, mas logo foi apunhalado com uma falha defensiva, algo que tiraria Mano – e a torcida – do sério na primeira etapa. Lautaro Martinez, 20 anos, camisa 10 do Racing e o jogador do momento na Argentina, cotado inclusive na seleção de Sampaoli que irá à Rússia. Todo mundo sabia da qualidade do atacante, mas a defesa celeste não acompanhou o craque em uma jogada de bola parada. Aos 13 min, Lautaro passou por Murilo e tocou para o gol, abrindo o placar no “El Cilindro”.
Apesar da vantagem, o Racing se mostrou um time, por vezes, desorganizado. E o Cruzeiro soube se aproveitar dos espaços para empatar. Aos 29 min, após lançamento de Robinho, Egídio cruzou na medida para Arrascaeta testar para o gol.
O futebol tem dessas coisas. Após pressionar os argentinos, mandando bola na trave e obrigando Musso a fazer uma grande defesa, o Cruzeiro voltou a bobear com o ágil Lautaro. E aí, com o 10, não tem perdão. Bolinha parada esperta, Martinez recebeu na área, tocou e recebeu de volta para fazer o seu segundo, bem no finalzinho da primeira etapa.
A bronca deve ter vindo no intervalo, mas a defesa celeste parece não ter assimilado ou se tocado para o quanto Martinez é importante. Logo aos 17 min, escanteio para a área e Martinez, o cara do jogo, apareceu no primeiro pau para o hat-trick em cima da Raposa. Um baile do camisa 10 em cima do sistema defensivo de Mano, que até então havia levado um gol em 2018.
Olha que Robinho, com um toque magistral em cobrança de falta, colocou um pouco de esperança na torcida aos 24 min. Só que Egídio e Murilo deram aquele mole e Solari, aos 31 min, fez o quarto. Uma noite de pesadelos para a zaga celeste.