Eu acredito na educação… A principal arma contra toda forma de violência

A vida em sociedade compreende ser uma vida pautada em direitos e deveres, bens de consumo, gratificações e êxito profissional culminando sempre em dinheiro. A posição social depende do que o indivíduo é, e o que ele pode ofertar à comunidade em que vive. Assim, é natimorta a ingenuidade, o sentimento e o carinho por parte das escolas e das famílias.

Partindo do processo de exclusão que segrega, desde o descobrimento do nosso país, em índios, colonos e escravos, a nossa atual sociedade podemos observar: o rico, o pobre e o miserável, convivendo-nos mesmos parâmetros de desigualdade do inicio da colonização.

Então, a educação apresenta mais uma de suas teorias que pode ser o início de uma conscientização interior no seio da grande família brasileira: A PEDAGOGIA AFETIVA. O que é a pedagogia afetiva? É a teoria de enternecimento das relações escola-família-sociedade transformando e formando as crianças em indivíduos sensíveis, conscientes, solidários.

Enfim, indivíduos preocupados com o social e bem estruturados emocionalmente, pois receberam da família e da escola tanto cultura quanto afetividade; atenção e respeito, fundamentos básicos para a mudança basilar da sociedade.

Sendo um componente importante do equilíbrio e da harmonia da personalidade, a afetividade domina a atividade pessoal, tanto instintivamente quanto nas percepções, na memorização, no pensamento, no desejo e na sensibilidade corporal devendo se dar por meio do trabalho com limites, do resgate dos “mitos do cotidiano” e do desenvolvimento do indivíduo em seus aspectos físicos, cognitivos e psíquicos.

“Uma criança bem estimulada afetivamente, ao chegar a vida adulta, terá uma capacidade maior de conviver com as fases negativas da vida com determinação e autoconfiança”… Nas mudanças que atravessa a sociedade, de forma cada vez mais complexa e acelerada, quando se faz necessário a absorção de quantidades maiores de informações, a afetividade chega quase a sucumbir.

Os filhos desta geração desde o nascimento são entregues a babás, creches e babás eletrônicas (a televisão, o vídeo game, a internet) que mantém e entretém a criança escondida no lar, refugiada dos males da humanidade.
“Seus progenitores garantem a estabilidade financeira e econômica da família. A segurança que eles provêem é necessária. Todavia, também é preciso a sua presença, com seus carinhos e punições, com brincadeiras e repreensões; do limite com suave doçura aos jogos de bola do domingo”.

É necessário também observar que esta afetividade também deve partir da escola. Não o pieguismo característico do professor que encobre sua incapacidade com palavras carinhosas e “gestos inconsequentes”, mas o professor que é mestre e que de fato mostra o caminho: o caminho da justiça, do dever, do conhecimento e da lealdade aos ideais e aos amigos.

A escola que educa verdadeiramente preza por cuidar de cada educando como se fosse um filho seu orientando, analisando seus pontos fracos, ouvindo seus dilemas ou suas pequenas curiosidades.

“…É a escola participante da família do educando…” A criança é um ser social. Ao recebê-la na porta da escola, recebe-se também toda a gama de impressões, informações e assimilações bem vivenciadas ou não, bem elaboradas ou não. Como todo ser social, ela também se interessa pelo mundo que a cerca, todavia se depara não só com os aspectos positivos da vida, mas com os negativos: violência, tráfico de drogas, a banalização do amor, a exploração da figura feminina, o consumismo compulsivo entre tantos outros fatores que causam nas crianças uma curiosidade natural além do medo, do espanto, encanto e identificação.

“…Todos os indivíduos se baseiam em modelos…” Entretanto há os modelos bons e os modelos ruins: os modelos são buscados nos momentos em que o indivíduo, em qualquer fase de seu desenvolvimento, se sente curioso ou depressivo. Portanto, a família e a escola devem estar atentas e em sintonia a quaisquer sinais diferentes de comportamento.

As mudanças na maneira de agir muitas vezes são um pedido ajuda que as crianças (e adolescentes) não conseguem expressar claramente, pois não têm domínio sobre suas ações e sentimentos mal canalizados. Na ausência de educadores firmes e equilibrados, as crianças e os jovens procurarão outros modelos com que se identificar que consideramos como modelos ruins.

A aprendizagem como qualquer coisa da vida do ser humano, deve ser prazerosa, deve ser algo que: “estimule o ser em desenvolvimento a querer aprender sempre mais e com maiores detalhes”.

Quando a criança é estimulada com carinho e atenção para os estudos, incentivada pelos pais a realizarem as tarefas de casa, a freqüentarem a escola fazendo dela uma continuação de seu lar e na escola; os professores e funcionários promovem um ambiente de confiança, fraternidade e de comunicação, a criança corresponde positivamente: ela aprenderá os conteúdos com maior embasamento e naturalmente se desenvolverá tornando-se um adulto feliz, consciente e saudoso de sua infância que passará os mesmos valores às gerações futuras.

Sugestão: Para maiores informações leiam: ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. Petrópolis, Ed. Vozes, 3ª edição, 2001.


 

Professor Leonardo Barreto Vargas – Psicólogo, Pós Graduação em Psicopedagogia institucional

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