Orçamento de 2018 prevê crescimento de R$66,5 bilhões em despesas obrigatórias

Publicado nesta quarta-feira, 3, no Diário Oficial da União, o Orçamento Geral da União de 2018 prevê um crescimento de R$66,5 bilhões nas despesas obrigatórias em relação ao ano passado. A maior parte da alta (R$36,6 bilhões) vem dos gastos da Previdência Social.

Neste ano, o Orçamento destina R$1,253 trilhão em gastos obrigatórios, contra R$1,186 trilhão no ano passado. Somente os benefícios da Previdência saltarão de R$559,7 bilhões em 2017 para R$596,3 bilhões, o equivalente a 8,36% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país).

A segunda maior alta decorre das despesas com o funcionalismo federal, que passarão de R$285,89 bilhões para R$297,85 bilhões, alta de R$11,96 bilhões. A estimativa, no entanto, considera o adiamento, por um ano, do reajuste dos servidores federais, que está suspenso por liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski e só será julgado a partir de fevereiro. A medida traria economia de R$4,4 bilhões este ano.

O Orçamento também prevê alta com os benefícios trabalhistas (abono salarial e seguro-desemprego), cujas despesas subirão de R$2,58 bilhões – de R$60 bilhões para R$62,58 bilhões – e dos benefícios assistenciais da Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), cuja previsão de gastos passará de R$53,59 bilhões para R$55,96 bilhões, alta de R$2,37 bilhões.

Gastos obrigatórios não podem ser contingenciados (bloqueados). Essas despesas, no máximo, podem ter a projeção revista para baixo.

Dessa forma, o governo tem de emitir títulos públicos no mercado financeiro e se endividar para honrar os compromissos. Para 2018, o Banco Central projeta que a dívida pública bruta chegará a 80% do PIB. Para reduzir os gastos públicos conter o endividamento público, o governo propõe a reforma da Previdência, que pretende economizar R$600 bilhões nos próximos dez anos.

Gastos discricionários

Sem margem de manobra, o governo diminuiu a previsão de gastos discricionários (não obrigatórios) para este ano. O Orçamento de 2018 reduziu em R$6,31 bilhões, de R$118,86 bilhões para R$112,55 bilhões, a verba destinada a esse tipo de despesa, que engloba os investimentos federais (obras públicas e compra de equipamentos).

A redução no volume de outras despesas obrigatórias, foi suficiente para impedir o corte nos gastos discricionários. De R$33,76 bilhões em 2017, a dotação para subsídios e subvenções passou para R$22,42 bilhões este ano, diferença de R$11,34 bilhões. O Orçamento, no entanto, ainda prevê que o governo deixará de desembolsar R$3 bilhões com o fim das compensações do Tesouro Nacional para a Previdência Social da desoneração da folha de pagamentos. A votação do projeto de lei, no entanto, atrasou, e a economia será menor.

Contingenciamento

Caso as frustrações de receita e a demora na votação das medidas de ajuste fiscal comprometam as projeções do Orçamento, o governo terá de contingenciar (bloquear) as despesas discricionárias.

No fim de novembro, o Tesouro Nacional tinha projetado que a equipe econômica poderia cortar R$21,4 bilhões de gastos não obrigatórios. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que o volume final dos cortes, que deve ser definido ainda este mês, poderá ser menor se a arrecadação federal subir por causa da recuperação da economia e dos leilões de petróleo e gás previstos para este ano.


 Fonte: Agência Brasil




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