Presidente da Apex-Brasil mostra otimismo com acordo Mercosul-União Europeia

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Roberto Jaguaribe, mostrou-se otimista com a possibilidade de o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, negociado há quase 20 anos, ser concretizado.

“Nunca vi compromisso equivalente dos dois lados. Do lado europeu, o compromisso público com o processo de negociação é muito elevado”, disse Jaguafibe, em entrevista na qual foi divulgado o balanço da atuação da Apex este ano. Ele ressaltou, no entanto, que a agência não é protagonista nas negociações. “A Apex passou a ter papel de apoio no processo negociador.”

O presidente da Apex também comentou documentos vazados pela organização não governamental (ONG) Greenpeace sobre a negociação de um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. O Greenpeace diz que as atividades previstas aumentarão o desmatamento e que três ecossistemas estão especialmente ameaçados: a Amazônia, o Cerrado e a região do Gran Chaco, que inclui partes da Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai.

Para Jaguaribe, não corresponde à realidade a imagem difundida sobre o tratamento ao meio ambiente no Brasil. “Assim como eu posso montar o painel de desgraças, que o Greenpeace é campeão de montar, eu poderia montar o painel do paraíso. Nenhum dos dois estaria correto”, afirmou. Jaguaribe disse que há um foco nos fatos negativos.

“O Brasil tem compromisso absoluto com a preservação ambiental. Tem metas mais ambiciosas que qualquer outro país contra o aquecimento global e já tem elementos vastamente superiores aos europeus na matriz energética”, enfatizou.

Ao destacar o agronegócio como um setor estratégico para a Apex, Jaguaribe criticou a difusão de informações que, para ele, não representam o cenário amplo. Ele mencionou ainda comentários de pessoas cujas opiniões têm muita repercussão, como a modelo internacional Gisele Bündchen.

“É claro que tem coisas aqui equivocadas, inclusive na área social. Essa questão do trabalho escravo. Existe trabalho degradante? Claro. Mas nós não temos imigrantes ilegais amontoados em silos para colher maçãs [como] na Normandia. É preciso guardar as proporções”, afirmou.


 Fonte: Agência Brasil




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