Depois de ter registrado retirada líquida (mais saques que depósitos) em outubro, a caderneta de poupança voltou a atrair o interesse dos brasileiros em novembro. No mês passado, a captação líquida (depósitos menos retiradas) somou R$3,92 bilhões, informou nesta quarta-feira, 6, o Banco Central. O resultado é o melhor para meses de novembro desde 2013, quando os depósitos tinham superado as retiradas em R$6,38 bilhões.
Apesar do desempenho positivo em boa parte deste ano, as retiradas continuam maiores que os depósitos em 2017. De janeiro a novembro, a caderneta de poupança registrou saques líquidos de R$2,25 bilhões. Mesmo assim, esse foi o melhor resultado para o período desde 2014, quando a aplicação tinha registrado captações líquidas de R$18,61 bilhões.
Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrirem dívidas, num cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.
Em 2015, R$53,5 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$40,7 bilhões.
A poupança voltou a atrair recursos mesmo com a queda de juros. Isso porque o investimento voltou a garantir rendimentos acima da inflação, que está em queda. Nos 12 meses terminados em novembro, a poupança rendeu 6,43%.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial, acumula 2,77% no mesmo período, no menor nível para o período desde 1999. Na sexta-feira, 8, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA cheio de novembro.
Fonte: Agência Brasil