Bolsa brasileira fechou acima dos 72 mil pontos no início dessa semana e se aproximou de seu pico histórico, em dia de volume reduzido nos mercados mundiais por causa de feriado nos Estados Unidos. O dólar encerrou a sessão cotado a R$3,13.
O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas do mercado brasileiro, subiu 0,28%, para 72.128 pontos. Ainda está no maior nível desde 8 de novembro de 2010, quando acabou a 72.657 pontos. O recorde histórico da Bolsa brasileira foi aos 73.516 pontos, em 20 de maio de 2008.
O dólar comercial recua 0,31%, para R$3,138. O dólar à vista fechou com alta de 0,16%, para R$3,139. Sem a referência americana, os investidores refletiram, no início dos negócios, a preocupação com os testes nucleares realizados pela Coreia do Norte.
A ameaça de resposta militar por parte dos Estados Unidos aumentou a aversão a risco no mundo. O dólar fechou em alta em relação a 14 das 31 principais moedas do mundo. Mas ao longo do dia as tensões se dissiparam e a Bolsa brasileira conseguiu sustentar sua segunda alta seguida.
“É um jogo de cena. Esperamos que sem maiores desdobramentos. Mas parece mais uma troca de ameaças para desviar o foco dos problemas internos e mobilizar o apoio popular”, avalia Julio Hegedus, economista da consultoria Lopes Filho.No cenário doméstico, o mercado continua avaliando que o governo tem chances de aprovar sua pauta reformista, buscando agora votos para a reforma política.
Deputados tentam agora conquistar o apoio do PT para aprovar a mudança do sistema eleitoral para o “semidistritão” -que elege os candidatos mais votados, mas também dá peso ao voto em legenda.
“O mercado continua nesse bom rally, acreditando que a agenda econômica vai se impor, apesar dos impasses. O governo tenta impor uma agenda econômica para abafar a crise política”, diz Hegedus. Na visão dele, isso deve se traduzir em adiamento na reforma da Previdência pelas próximas semanas.
“Não tem espaço político para votar a Previdência. Com a reforma política na agenda, as metas fiscais sendo rediscutidas, o governo possivelmente está adiando uma eventual derrota por avaliar que não tem os 308 votos necessários para passar a reforma”, complementou. O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) fechou em baixa de 0,79%, para 191,250 pontos. É o menor nível desde 29 de dezembro de 2014.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. A taxa para janeiro de 2018 recuou de 7,790% para 7,760%. Já o contrato com vencimento em janeiro de 2019 subiu de 7,800% para 7,820%.
AÇÕES
O mercado fechado nos EUA reduziu o giro financeiro na Bolsa brasileira -o dia teve volume de R$5,42 bilhões, abaixo da média diária do ano, de R$8,044 bilhões.
As siderúrgicas fecharam em alta nesta sessão. As ações preferenciais da Usiminas lideraram os avanços do Ibovespa, com alta de 7,89%. Os papéis da Metalúrgica Gerdau avançaram 5,03%, e os da Gerdau se valorizaram 2,54%. A CSN ganhou 2,05%. A mineradora Vale também fechou no azul, apesar da queda de 1,33% do minério de ferro. Os papéis ordinários tiveram ganho de 1,21%, para R$36,10. As ações preferenciais subiram 0,54%, para R$33,25.
A Petrobras encerrou em alta, após anunciar o quarto aumento de preços consecutivo. As ações preferenciais da estatal tiveram valorização de 1,07%, para R$14,17. As ações ordinárias ganharam 0,82%, para R$14,72. No setor financeiro, as ações do Itaú recuaram 0,51%. Os papéis preferenciais do Bradesco perderam 0,09%, e os ordinários tiveram baixa de 1,19%. As ações do Banco do Brasil caíram 0,16%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil subiram 0,71%.
Fonte: Agência Brasil/ Colaboração