Nos rios de águas frias da Serra Catarinense, nos canais da Baía Babitonga ou em mar aberto, nas ilhas e nos costões, Santa Catarina oferece muitas atrações para os pescadores.
Baías, enseadas, penhascos, penínsulas, ilhas, manguezais, lagoas de água salgada e mais de 500 praias. Esses ingredientes, somados à combinação de correntes marítimas quentes e frias, fazem do litoral do estado um dos mais favorecidos do Brasil para a pesca, tanto profissional quanto esportiva e amadora. Os 560 Km de costa estão à disposição dos visitantes para a pesca embarcada ou de arremesso, em trapiches ou costões.
Uma modalidade fascinante para quem aprecia aventura é a pesca de trutas no Planalto Serrano. Essa região montanhosa, a poucas horas de carro da capital, pode ser considerada a “Patagônia brasileira”. Seus rios de águas frias, bastante oxigenadas e livres de poluição, correm em terrenos pedregosos. Originária da América do Norte e introduzida em Santa Catarina a partir de 1950, a truta-arco-íris exige água corrente limpa e temperatura de 18ºC para se reproduzir.
A pesca do robalo ocorre em outro roteiro privilegiado. É realizada em um complexo de canais na costa norte do estado, em uma área de manguezais riquíssima em biodiversidade.
Vale citar duas opções inusitadas de turismo associado à observação da pesca. É o caso da pesca artesanal da tainha, praticada de maio a julho pelos descendentes de açorianos na Ilha de Santa Catarina e em outros municípios litorâneos. Alguns lances de rede chegam a pesar toneladas. No Sul do estado, em Laguna, os pescadores contam com a “parceria”dos golfinhos para cercar os peixes.
PESCA DE TRUTA
O roteiro para a pesca esportiva da truta abrange os municípios da Serra Catarinense, como Urubici, São Joaquim, Bom Jardim da Serra e Lages. São cinco rios (Pelotas, Canoas, do Bispo, do Tigre e Lava-Tudo) repletos de trutas, em uma área montanhosa de rara beleza, onde içam os pontos mais altos de Santa Catarina. Outros rios estão sendo repovoados para a atividade. A temporada da modalidade “pesque e solte” vai de 1º de agosto a 30 de maio. A pesca de truta emprega iscas artificiais (“moscas”) e requer algum conhecimento prévio.
PESCA EMBARCADA E DE ARREMESSO NO CAMINHO DOS PRÍNCIPES
Um dos destaques no litoral de Santa Catarina, que atrai visitantes de vários países, é a pesca de robalo nos canais da Baía Babitonga, especialmente no município de Garuva. Um braço do mar com sete a oito metros de profundidade, o Canal do Palmital, Três Barras, Pirabeiraba, das Ostras, Cavalinhos, Tucuriúma, Gaspar, ribeirão, Junco, Cubatão e Soturno. As águas claras, esverdeadas e livres de poluição são habitadas por grandes cardumes de peixes. Além dos robalos, há pacus, miraguaias e carpas. Recomenda-se ir acompanhado de navegador que conheça o local.
A pesca de arremesso em costão é bastante praticada no molhe do Balneário de Enseada, em São Francisco do Sul. Os rochedos que circundam o Morro da Enseada são ideais para lançar o anzol. Equipamentos de segurança, como sapatos antiderrapantes (com pinos na sola) e colete salva-vidas, são indispensáveis. Garoupas, badejos, pirajicas, anchovas e xaréus são alguns dos peixes frequentes nessa região. Uma visita ao Museu Nacional do Mar, no centro histórico da cidade, complementa o passeio.
GRANDE FLORIANÓPOLIS
A capital catarinense é considerada um dos pontos de referência no Brasil para a pesca esportiva e amadora, tanto embarcada quanto de trapiche ou de costão. Já foram capturados em alto-mar, segundo as normas da pesca esportiva, grandes dourados, cavalas, bonitos , atuns, cações, marlins-brancos e até mesmo o famoso marlim-azul, o rei dos mares. As 100 praias e dezenas de costões da Ilha de Santa Catarina são propícios à pesca amadora. Entre as espécies encontradas incluem-se garoupa, badejo, corvina, bagre, tainha, pampo e caranha.
Na Costa Verde e Mar, ao norte da capital, há roteiros de pescaria diurna e noturna de dourado, peixe-espada, garoupa e anchova, no entorno da península de Porto Belo. Uma região de rara beleza e águas esverdeadas, boas também para mergulho. A anchova merece destaque especial, pelo desafio esportivo que oferece. É abundante em todos os costões e ilhas da região, entre Florianópolis e Balneário Piçarras, de junho a novembro.
Um dos principais polos de pesca profissional do Brasil, Itajaí revela no cotidiano de seus moradores a ligação com a pesca. Essa atividade é objeto de estudos científicos na universidade local. Visitantes interessados em pesca embarcada encontrarão opções de locação de barcos na frota pesqueira, bem como diversidade de equipamentos no comércio. Vale conhecer a centenária tradição dos estaleiros artesanais, instalados em Itajaí e também em Navegantes, município vizinho.
SUPORTE
Aos pescadores, dicas das cidades e empresas que orientam na pesca esportiva e amadora.
– Pesca de truta na Serra Catarinense: Secretaria de Turismo.
– Pesca embarcada e de arremesso no Caminho dos Príncipes: em Garuva, Pousada do Nereu; em Joinville, Pesque-Tur, e em São Francisco do Sul, Escuna Maraike e Marujo Amigo Ramos.
– Vale Europeu: em Blumenau, O pesqueiro; na Grande Florianópolis, Iate Clube de Santa Catarina, Veleiros da Ilha e Capitão Hook Pesca Esportiva.
– Costa Verde e Mar / Porto Belo: Casa do Turista.
– Itajaí: Loja Pelicano.
DENTRO DA LEI
A Licença para Pesca Amadora no Brasil é obrigatória para todo pescador que utiliza molinete ou carretilha ou que pesca embarcado. Os formulários para obtenção da licença podem ser encontrados no site do Ministério da Pesca e Aquicultura (órgão responsável pelo cadastramento), nas agências do Banco do Brasil e nas casas lotéricas.