Cineasta busca apoio para produzir documentário sobre a luta pela manutenção do Cine Palace

O documentário DOC.CINE PALACE será dirigido e produzido pelo cineasta Franco Groia, com a colaboração do diretor de filmes de animação Alessandro Driê. O filme vai abordar a atual situação dos cinemas de rua no país, a partir do que ocorreu em Juiz de Fora com o Cine Palace, que encerrou suas atividades em junho desse ano, sendo totalmente desmontado 48h depois.

Segundo Groia, a idéia do longa é relembrar a história e a importância de cinemas de rua, como o Cine Palace. Para tanto, será utilizado um amplo levantamento histórico e social. Os produtores planejam resgatar memórias de diversas pessoas, como anônimos frequentadores, artistas, estudantes, professores, estudiosos e figuras públicas, com fins de desvendar a importância da preservação, da destinação dos imóveis como espaços de exibição cinematográfica e de vivência urbana e cultural, além de resgatar a memória afetiva da cidade, para discutir panoramas das lutas não só contra o fim de um cinema, mas de um capítulo na história do município.

O filme vai contar também a história de outros cinemas de rua e dos respectivos movimentos que lutam ou lutaram pela preservação destes espaços, como o Cine Odeon, o Cine Leblon e o Cine Jóia, no Rio de Janeiro; o Cine Belas Artes, em São Paulo; o Cine Savassi, em Belo Horizonte, entre outros.

O documentário pretende mostrar as diversas manifestações que aconteceram em prol da manutenção e preservação da sala de cinema juiz-forana, enquanto espaço de exibição cinematográfica e referência cultural.

De acordo com o diretor, é necessária e urgente a produção de um documentário de longametragem que retrate justamente isso, a luta do interesse coletivo que visa à preservação da atividade cultural contra os interesses do capital particular e especulativo, que caracteriza a aquisição destes imóveis. “Pretendemos realizar o DOC.CINE PALACE para atender a esta demanda, pois não há muitos filmes sobre o tema e, quando existem, são curtas restritos às redes virtuais dos próprios movimentos ou ao meio acadêmico”, ressalta Groia.

O filme será realizado de forma totalmente independente e colaborativa. Para isso, a produção lançou uma campanha de arrecadação de recursos através de um novo modelo de financiamento para projetos culturais, o chamado Crownfunding (Financiamento Coletivo), por meio da plataforma CATARSE.

Nesta plataforma, qualquer pessoa interessada em financiar a produção consegue fazer parte do projeto, sendo efetivamente um apoiador ou doador financeiro, ajudando, assim, que ele aconteça. As colaborações ou doações são divididas em categorias de valores a partir de R$10 até R$5.000. Para cada apoio recebido é disponibilizado recompensas para os colaboradores dependendo do valor doado.

Groia tem o interesse de conseguir levantar o valor da produção o mais rápido possível. “Nossa meta é divulgar o projeto e captar em um ano os recursos. Mas, se conseguirmos captar antes, começaremos a produção”, afirma.




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