Médico especialista alerta para a prevenção de doenças em homens

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2030 as doenças crônicas não transmissíveis podem ser responsáveis por mais de 75% das mortes no mundo e que o tabagismo é o único fator de risco em comum para quatro doenças desse grupo: cardiovasculares, respiratória, câncer e diabetes. Ainda segundo a OMS, a nicotina contribui diretamente para a morte de seis milhões de pessoas por ano. Desse universo, pelo menos 600 mil são fumantes passivos, ou seja, convivem com fumantes.

Para o médico especialista em medicina da família, Massimo Colombini, o uso do cigarro é mais comum entre homens do que mulheres. “O consumo do cigarro, além de provocar dependência, insere o indivíduo em certos grupos, funcionando como um mecanismo de sociabilização”, pontua Colombini, que também integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. “Embora as doenças cardiovasculares sejam realidade para todo ser humano, elas costumam ser mais frequentes nos homens”, complementa.

O médico, que atua como docente na Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) em Santo André (SP), destaca que as observações em relação à saúde são simples. “Existem cinco eixos de cuidados que todo homem deveria ter. São eles: controle do estresse, alimentação saudável e controle do peso, atividade física regular, estabelecimento de relações interpessoais e, principalmente, ingestão de água, pois ela é necessária para o metabolismo de cada uma das 70 trilhões de células do nosso corpo, além de auxiliar as trocas gasosas da respiração e a eliminação, por meio dos rins, de resíduos do metabolismo. É com auxílio dela, também, que ocorre o trânsito intestinal e praticamente a operação de todas as funções fisiológicas do organismo”, explica o médico.

O ESTRESSE

Colombini diz que a forma como encaramos o estresse influencia a ocorrência de mortes em decorrência dele. “Costumo perguntar aos pacientes como podemos controlar o estresse e peço para eles relacionarem maneiras de proceder, diante de situações estressantes, com música, exercícios físicos e meditação. Trata-se de atividades que ajudam o paciente nesse controle”.

Para o médico, o simples fato de conviver com o outro e trocar experiências já ajuda muito na qualidade de vida. “Vale mencionar o estudo sobre a felicidade implementado pela Universidade Harvard, que acompanha 724 adultos há mais de 75 anos. Os resultados mostram que pessoas mais satisfeitas com a vida, em decorrência das relações interpessoais, apresentaram melhores condições de saúde e menos riscos ou problemas com doenças”, esclarece.

O CÂNCER DE PRÓSTATA

Colombini enfatiza que a melhor forma de prevenir doenças, incluindo o câncer de próstata, é estabelecer cuidados com a saúde ao longo da vida. “É importante lembrar que o exame de Antígeno Prostático Específico (PSA) é polêmico, pois ele dá muito ‘falso positivo’”, alerta o médico.

O PSA é usado, principalmente, para pesquisar câncer de próstata em homens assintomáticos. É também um dos primeiros exames realizados em homens que apresentam sintomas da doença. Porém, seu uso tem se tornado menos frequente e divide opiniões entre diversos especialistas brasileiros.

A maioria dos homens sem câncer de próstata tem níveis de PSA inferiores a 4 nanogramas por mililitro (ng/mL) de sangue. Em tese, a chance de um homem desenvolver essa doença aumenta proporcionalmente com o aumento do nível do PSA.

“Porém, vamos supor que um homem de 31 anos, após realizar o teste, seja identificado o nível 10. Em muitos casos, o índice elevado pode ter sido ocasionado por uma inflamação na próstata, devido a uma infecção de urina. Isso explicaria o aumento considerável de nanogramas”, finaliza o médico.




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