A indústria calçadista de Minas Gerais, liderada por Nova Serrana (Território Oeste), vem se destacando na criação de empregos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Nos seis primeiros meses de 2017 foram registradas 7.881 admissões e 5.538 demissões. O saldo é de 2.343 novos postos de trabalho, número que representa crescimento de 18% em relação a todo o ano de 2016, período encerrado com 1.981 admissões.
As contratações de Nova Serrana correspondem a 71% do total de Minas Gerais de janeiro a junho deste ano, no que se refere ao setor calçadista. No estado foram 3.283 novos postos de trabalho. Os novos empregos da indústria de calçados de Nova Serrana representam 18% do total de contratações realizadas no país (12.677). Entre as cidades-polo nacionais do segmento, o polo mineiro está em segundo lugar, precedido por Franca/SP (4.294) e seguido de Novo Hamburgo/RS (187).
No Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), o bom momento, que tem entre os propulsores as parcerias do Governo do Estado e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae MG), é motivo para comemoração.
O presidente do sindicato, Pedro Gomes da Silva, avalia os números do Caged como muito positivos. “Nova Serrana tem demonstrado capacidade de enfrentar crises. No nosso polo regional são 1.200 fabricantes de 12 municípios, sendo 830 indústrias somente em Nova Serrana. Aqui não se vê demissão em massa como ocorreu em outros lugares”, diz Silva.
Os demais municípios que compõem o polo mineiro são: Araújos, Bom Despacho, Conceição do Pará, Divinópolis, Igaratinga, Leandro Ferreira, Onça do Pitangui, Pará de Minas, Perdigão, Pitangui e São Gonçalo do Pará. Todo o polo emprega cerca de 20 mil pessoas.
Por meio da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), o Governo mineiro mantém parceria com a prefeitura de Nova Serrana na gestão do escritório do Sistema Nacional de Emprego (Sine) para intermediação de mão de obra.
Nessa estrutura, o trabalhador à procura de emprego e o empresário que busca candidatos às vagas oferecidas são atendidos de forma gratuita. Além desse tradicional intercâmbio, a Sedese implantou, desde o ano passado, o projeto Busca Ativa, que melhora a captação de vagas nas empresas.
As unidades do Sine utilizam o levantamento mensal de dados do Caged e, junto à Secretaria de Estado da Fazenda, levantam-se os contribuintes de ICMS no estado com potencial de contratação. A partir do cruzamento de dados produzem-se boletins com a situação local e dinamiza o mercado de trabalho.
Outra fonte de fomento do Governo do Estado é a linha de crédito de capital de giro oferecida pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). O financiamento é destinado a micro e pequenas empresas, com taxas mais acessíveis, a partir de 1,71% ao mês, e prazo de até 48 meses para quitação. Essa é uma modalidade disponibilizada que se encaixa para atender a maioria das 1.200 indústrias que compõem o Polo Calçadista de Nova Serrana e região.
DESIGN E TECNOLOGIA SÃO DESAFIOS
Além do esforço para produzir mais e melhor com consultoria e assessoria do Sebrae MG, o presidente do Sindinova, Pedro Silva, aplaude a medida do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Fazenda, que em 2015 inseriu o setor no Regime Especial de Tributação (RET), reduzindo a alíquota do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 3% para 2%.
Recentemente, a SEF prorrogou o benefício até o ano de 2018. “Isso tem sido extremamente importante porque foi possível aumentar os investimentos na melhoria da qualidade do nosso produto, mesmo com dificuldades que ainda enfrentamos”, afirma o presidente do Sindinova.
Silva considera fundamental a implantação do Centro Especializado em Design para que a indústria local esteja em sintonia com o mundo da moda internacional e mantenha o crescimento. “Precisamos de design e tecnologia para sermos mais competitivos, seja trazendo profissionais de outras regiões do Brasil ou de países como Itália. Para isso buscamos parcerias para que o setor se consolide com a geração de mais empregos e renda”, conclui.
Fonte: Agência Minas