Maria de Lourdes Cosso nasceu na cidade mineira de Miraí, em 8 de outubro de 1926, filha de Antônio José Cosso e Marcelina Maria Galli, em uma família de nove irmãos. Seus avós paternos eram os italianos da região da Sardenha, Marcelo Cosso e Mariana Mouro. Os avós maternos, também italianos da Bolonha, se chamavam Caetano Galli e Maria Stefaneli. Os avós vieram para o Brasil acompanhando a imigração, em 1895, indo trabalhar em fazendas de café na região de Miraí.
O pai veio com a família para Juiz de Fora e, nos primeiros anos da década de 30, foi trabalhar na construção da barragem da represa João Penido, pela Leão Ribeiro & Cia Ltda. Pela mesma empresa, Antônio ajudou a construir a Fábrica de Estojos e Espoletas de Artilharia do Exército (FEEA). Contratado pela FEEA, Antônio Cosso trabalhou na Oficina 3.
Morando no bairro Araújo desde 1941, Maria de Lourdes Cosso entrou para o quadro de servidores da FEEA em 26 de agosto do mesmo ano, indo trabalhar na Seção de Revisão da Oficina 3. Na ocasião, o diretor da fábrica era o Coronel Ramiro Noronha. Do seu tempo de serviço, Lourdes se recordava com tristeza da explosão ocorrida na Oficina 4 (Carregamento de Artefatos), às 8h20 do dia 7 de março de 1944. A tragédia resultou na morte de treze funcionários e feriu outras dezenas. Lourdes Cosso estava saindo da Oficina 3, retornando para a Oficina 4, quando foi atingida por estilhaços de vidro.
Em agosto de 1949, Lourdes Cosso começou a trabalhar na maternidade da FEEA. A partir de então, tornou-se uma profissional da área da saúde muito querida e requisitada pela comunidade. Ao longo de todos esses anos, realizou 965 partos em residências e na maternidade, sem constar nenhum óbito.
Pela FEEA, trabalhou até 1973, quando se aposentou.
Faleceu em Juiz de Fora, em 29 de junho de 2009. Conselheira, amante da boa leitura, morreu solteira, mas deixou centenas de afilhados em igual número de partos que realizou.