Existe a ideia generalizada, no mundo dos negócios, de que é preciso ganhar e que não se pode perder. O lucro, com efeito, é sempre melhor que o prejuízo. Ninguém joga para perder. Mas o ideal, no mundo das relações interpessoais, inclusive de natureza comercial, é que o escopo alcançado seja justo, o que significa dizer, bom para as duas partes.

O preço justo é aquele que remunera o que vende ou presta o serviço, mas representa, para o que paga, o desembolso adequado à vantagem percebida. Noutras palavras, negócio bom é aquele bom para as duas partes. Os preços dos produtos e serviços são diferenciados em razão de sua qualidade e outros fatores.

Um aluguel de imóvel numa região nobre não é mesmo aluguel de um imóvel numa região mais afastada, com maiores inconvenientes de segurança e locomoção. Um automóvel motor 2.0 não tem o mesmo preço de um automóvel 1.0. O preço das coisas e serviços varia, outrossim, em razão de inúmeras circunstâncias.

Negócios de risco são sempre mais rentáveis que negócios seguros. As pessoas não podem querer segurança em negócio de risco. E nem lucratividade em negócio seguro. Quem quer segurança aplica na caderneta de poupança. Quem quer rendimentos maiores vai para investimentos de maior risco. Quanto maior o risco de perder, maior a probabilidade de ganhar. Quanto menor o risco de perder, menor a probabilidade de ganhar. Isso se aplica também às nossas próprias vidas.

Tudo o que protege limita, restringe. Um bom emprego é ótimo, especialmente nos momentos de crises e dificuldades. Ele protege, mas, ao mesmo tempo, limita. Exatamente pela segurança que oferece, a pessoa teme arriscar. Quem arrisca a novos ares, no entanto, não tem a segurança do emprego fixo, mas tem a perspectiva de obter maior sucesso. Pode perder, mas pode ganhar.

O que as pessoas precisam compreender, nas suas vidas e no mundo dos negócios, é que lucros elevados não são compatíveis com reduzidos graus de risco. Por isso, os empresários merecem nossos aplausos, porque enriquecem sim, mas correm o risco da atividade econômica, geram empregos e recolhem tributos.




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