O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que a empresa está alerta para as projeções de queda na demanda por petróleo no longo prazo. Segundo Parente, a maior demanda da sociedade por energias renováveis, mudança de padrões e a necessidade de avanços tecnológicos para energia mais limpa, entre outros fatores, apontam para uma redução da demanda dos produtos da empresa, sobretudo, de óleo. “Isso leva realmente à discussão de um novo paradigma da nossa indústria. Na nossa cadeia, desde a apuração à produção, é uma indústria que enfrenta um desafio bastante relevante”, afirmou Parente. “Embora não possamos contar com isso como segurança de longo prazo, temos a nosso favor que essas mudanças sejam um pouco mais lentas na nossa indústria do que nas demais, mas é um processo em aceleração”.
De acordo com o presidente da estatal, todas as projeções levam ao declínio da participação do petróleo no consumo de energia, hoje na casa dos 60%, percentual que deve crescer em velocidade mais baixa até 2035. No pior dos cenários, Parente mostrou que essa participação pode chegar a 20% em 2040. “A participação dos combustíveis fósseis se reduz em todos os cenários, mas ainda não se sabe qual negócio vai substituir a oferta de óleo e gás na matriz energética do futuro”, acrescentou.
Parente evitou fazer projeções e adiantar números sobre o desempenho da estatal, que, no dia 10 deste mês, divulgará o balanço do segundo trimestre do ano, o que não permite que se divulguem dados referentes ao desempenho e às estratégias futuras da empresa.
Ele afirmou, entretanto, que a situação financeira melhorou, com base no balanço do primeiro trimestre, mas ressaltou que ainda há um longo caminho a percorrer. A redução do consumo nacional, devido à recessão, e o aumento da produção transformaram a Petrobras em forte exportador de óleo e derivados.
O presidente da Petrobras disse ainda que o início das parcerias fez com que a produção de petróleo da estatal crescesse consideravelmente, com a participação de 45 empresas, sendo 26 operadoras. Na produção de derivados, há poucas empresas competindo com a Petrobras. “O ambiente regulatório tem avançado ultimamente, mas ainda há espaço para melhorias”, disse Perente. Para ele, o monopólio da Petrobras sobre a exploração da camada do pré-sal foi prejudicial para o país, pois retardou o desenvolvimento e a exploração nessa área.
Colaboração: Agência Brasil