Iniciativas de populares garantem abrigo e amor a animais abandonados

Embora o poder público da cidade abarque um serviço de proteção e assistência para cerca de 500 animais no Canil Municipal, nem sempre é possível atender toda a demanda. Logo, é comum encontrar cães abandonados e, muitas vezes, feridos, nas ruas. Muitas pessoas se solidarizaram com a situação desses animais e oferecem a eles algum tipo de assistência.

Maria Elisa de Souza, presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Juiz de Fora, coordena os trabalhos na sede da organização, localizada na BR-040, Km 787. A entidade atua há 27 anos no município e atende atualmente cerca de 500 animais, entre cães e gatos, disponíveis para adoção. “Temos um apoio do Demlurb, que realiza o pagamento de três funcionários. Eles realizam um trabalho de manutenção e limpeza do espaço. Já a abordagem nas ruas é feita por uma equipe de voluntários”, conta Maria Elisa.

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ONG coordenada por Maria Elisa atua na cidade há 27 anos. Foto: Rafaela Frutuoso

A presidente da ONG ressalta ainda sua motivação para executar o serviço. “Desde criança eu tinha o sonho de construir uma casa onde eu pudesse abrigá-los. Cuidar bem dos animais é contribuir para um mundo melhor e mais justo”, defende a presidente, ressaltando que a entidade recebe atualmente o apoio de três clínicas da cidade. “Eles emprestam seus funcionários para a primeira assistência quando o animal chega até nós. Entretanto, na medida do possível, esses profissionais realizam um acompanhamento no tratamento dos animais”, finaliza.

PEQUENAS AÇÕES, GRANDE REPERCUSSÃO

Além do levante por meio de organizações sem fins lucrativos, iniciativas isoladas também podem contribuir para mudar a realidade, ainda que em pequenas doses, e inspirar outras pessoas. Pode parecer banal para alguns, mas o ato de colocar um pote de água e ração em frente à padaria artesanal Bom Brasileiro rendeu para Helio Zechini, um dos sócios do estabelecimento, um clamor generalizado nas redes sociais. “Alguém tirou a foto de um cãozinho tomando água na calçada, em frente a minha loja da rua Braz Bernardino, e a mesma foi publicada em uma rede social. Um amigo me marcou nos comentários cerca de duas horas depois da publicação. Rapidamente, a postagem atingiu milhares de curtidas e comentários”, conta o empresário.

Contudo, houve quem criticasse. “’Por quê você não ajuda uma criança ao invés de um animal?’. Isto foi o que uma pessoa me questionou. Não há nada de errado em praticar o bem. É importante e necessário ajudar o próximo, mas isso não impede de ajudarmos os animais. Uma criança sabe dizer que está com fome ou dor, um cãozinho não”, defende o empresário.

Angellyca Costa, de 29 anos, é moradora do bairro Santa Efigênia, na zona Sul, e também atua no acolhimento e proteção de animais abandonados. “Coloco água e ração para os cães em algumas ruas do bairro e dou assistência quando algum deles está ferido”, conta Angellyca, que, após a morte de seu cachorro de estimação, há cerca de três anos, decidiu realizar um curso de auxiliar veterinário para se dedicar aos animais de forma voluntária.

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Angellyca Costa cuida de animais em situação de rua há cerca de três anos. Foto: Jéssica Pereira

“Levo para dentro da minha casa os animais que apresentam um quadro mais grave de saúde. Em muitas situações, levo eles ao veterinário. Eu mesma pago as despesas com a ajuda da minha família e, às vezes, recebo auxílio de alguns moradores”, conta Angellyca, que diz trabalhar de forma incansável para o bem estar dos animais. “Minha intenção é tirar eles das ruas e oferecê-los um lar. Então, também executo a intermediação de adoções”, finaliza.




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