A influência que o inconsciente recebe do consciente fica muito nítida em certos fenômenos – a secreção salivar involuntária na pessoa que vê ou imagina limão e outras substâncias azedas, as lágrimas que afluem nos olhos quando assistimos a cenas comoventes no cinema ou no teatro, etc. A impressão trazida pelo consciente perturba em maior ou menor grau o funcionamento filosófico do organismo, que o inconsciente costuma sustentar sempre com grande discrição. Portanto, é muito importante que o consciente escolha, cuidadosamente, suas impressões do mundo exterior, preferindo sempre as boas impressões e excluindo aquelas que possam transtornar o inconsciente.
É para isso que o consciente possui espírito crítico.
Ele analisa a racionalidade ou a irracionalidade das impressões, aceitando somente as primeiras. Entretanto, o consciente é por demais dependente das impressões sensoriais, e aceita como se fossem reais as sensações de doença transmitidas pelos cinco órgãos quando, na verdade, a doença não existe. Neste caso, o consciente semeia a causa mental da doença.
O Consciente faz o Papel de Marido
O inconsciente universal aloja-se em cada homem dando origem ao inconsciente individual. Ambos mantêm, sempre, contato entre si. O inconsciente é sombra é in (negativo) e faz o papel de esposa. O consciente exerce atividade exterior, é positivo, é yo e, como um marido, carrega para o interior tudo que obtém em forma de impressões. O papel do inconsciente, como esposa, é trabalhar as impressões recebidas e oferecer o produto ao consciente, como se oferece um almoço. Nem sempre o consciente é claro ao exigir determinado produto ao inconsciente, mas, como boa esposa, este “adivinha” o desejo do marido. Quando ele quer folgar no trabalho, arranja-lhe imediatamente uma “doença”, tal como uma boa esposa que providencia pijama e chinelo logo que o marido demonstra sinal de sono.
É preciso conhecer a lei mental
Assim como o inconsciente do indivíduo fabrica doenças atendendo a sugestões enviadas pelo consciente, o inconsciente do Universo também atende sugestões enviadas pelo consciente do indivíduo e materializa-as no mundo fenomênico. O inconsciente do Universo não é um senhor tirânico que despacha infelicidades para o indivíduo, ignorando seus desejos. Ele desempenha papel muito mais semelhante ao de uma esposa diligente, tornando os movimentos do Universo favoráveis para que se concretizem os desejos mentalizados pelo consciente.
O inconsciente do Universo não representa o bem nem o mal. Ele trabalha apenas para que se materializem as mentalizações baseadas nas impressões de um indivíduo, sejam elas boas ou más. Muitas pessoas que ignoram esta lei se espantam ao ver realizados os temores e desejos que mentalizaram. Ter medo é gravar fundo na mente, e tudo que se grava realiza-se.
O inconsciente Universal é como uma usina hidroelétrica
Se acionarmos uma usina obedecendo sempre as regras, ela nos enviará milhões de volts para movimentar grandes indústrias, que produzirão os muitos artigos de que necessitamos. Mas, se ignorarmos a regra de funcionamento, seremos vítimas de grande prejuízo. Tudo funciona de acordo com a lei, e não com sentimentos de ódio e amor ou súplicaso Também o inconsciente Universal jamais toma iniciativa própria para influir na nossa vida. Ele é sempre passivo. Reage, de acordo com as nossas méntalizações, com seu infinito poder de materialização.