Debates sobre direitos da população idosa são temas recorrentes no município e, na maioria dos casos, propostos por comissões, conselhos e coordenadorias da cidade. Entretanto, a discussão precisa ser ampliada para garantir no futuro a solidificação de um olhar mais coerente e justo em relação aos idosos. “Uma forma de fazer isto é trazer os jovens para este debate”, afirma a vereadora Ana Rossignoli (PMDB). A vereadora em conjunto com os parlamentares André Mariano, João Coteca e Kennedy Ribeiro, propuseram uma audiência pública, que aconteceu na tarde dessa segunda-feira, 19, para debater sobre o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, celebrado no dia 15 de junho.
Com casa lotada, a audiência reuniu 50 alunos, dos 12 aos 19 anos, assistidos pelos projetos socioassistenciais Casa do Pequeno Jardineiro, Menina Artesã e Agente do Amanhã, desenvolvidos pela Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac). Alunos do Centro de Educação do Menor (CEM) também marcaram presença. Além destes, também estiveram presentes representantes de conselhos municipais, fundações, faculdades, do departamento de Polícia Civil, 4º Batalhão de Bombeiro, secretários de Segurança Urbana e Cidadania, de Saúde, de Educação, de Desenvolvimento Social, entre outras entidades.
“A nossa proposta é fazer um trabalho de integração entre o idoso e os jovens, pois são eles que mais faltam com respeito a essa população pelo fato de não terem, ainda, vivenciado o envelhecimento. Está faltando paciência e bom humor para conviver com os problemas e dificuldades de pessoas da terceira idade. Por que há tanta violência contra os idosos?”, explica, e ao mesmo tempo indaga a vereadora Ana, ressaltando que o objetivo da audiência não é apenas debater sobre os “motivos” das agressões físicas, verbais ou psicológicas, mas estimular um novo modo de pensar e tratar esta população.
Silvânia Santos, coordenadora do Agente do Amanhã, um dos projetos sociais da Amac que presta assistência a 120 crianças e jovens do bairro Igrejinha, ressalta que a maioria dos alunos já possui uma interação com os idosos, pois muitos deles convivem assiduamente com avós e tios. “Igrejinha é um bairro isolado. Então, ao participar da audiência, eles podem perceber que as dificuldades da população idosa não se restringem ao bairro, mas é uma situação comum em nossa sociedade. Logo, os alunos têm não só a oportunidade de se autoavaliarem. Pensando diferente, eles também podem contribuir para a transformação do olhar de outras pessoas em relação ao próximo”, avalia Silvânia.
“Não só a nossa cidade, mas o país precisa de iniciativas de debate como esta. Há um preconceito com relação ao idoso, como alguém desinformado; que não está por dentro de vários assuntos que os jovens dominam. Porém, eles vivenciaram muitas coisas na vida deles. Realmente, um idoso pode aprender muitas coisas com um jovem, mas um jovem também tem muito para aprender com um idoso”, avalia, de forma madura e politizada, a jovem Gabriele de Lima Neves, 15 anos, assistida pelo projeto Casa do Pequeno Artista, que oferece atividades de dança, teatro, música, artes e informática.