Imagine, em apenas 40 minutos, trocar o clima quente do litoral pelo frescor da montanha. Imagine aproveitar a praia pela manhã e à tarde mergulhar numa cachoeira. Almoçar a deliciosa moqueca capixaba e jantar um autêntico prato da culinária alemã ou italiana preparado por imigrantes. O roteiro ideal para quem busca turismo de lazer ou de negócios. Assim é a Rota do Mar e das Montanhas, formada por Vitória, Viana, Domingos Martins, Marechal Floriano e Venda Nova do Imigrante.
VITÓRIA
Vitória, a capital do Espírito Santo, é o ponto de partida da Rota. Com 104,3 quilômetros quadrados de área, a cidade é a maior Ilha de um arquipélago formado por outras 33. É também a única representante do litoral na Rota. Um papel que desempenha muito bem. As praias são calmas e ótimas para um passeio inesquecível. Não deixe de conhecê-las: Curva da Jurema, Praia de Camburi e aquelas paradisíacas da Ilha do Frade e Ilha do Boi. Para quem gosta de caminhar ou andar de bicicleta, o calçadão é perfeito. Aproveite também para saborear a famosa moqueca capixaba, feita na panela de barro, uma verdadeira tradição da terra. Vitória é a terceira capital mais antiga do país.
VIANA
Viana faz parte da região metropolitana do Estado, apesar de manter características de uma cidade do interior. Essa marca você vê em todo o município, onde o agroturismo e o turismo rural são destaques. Por lá, você pode fazer um gostoso passeio pelos sítios que preparam, artesanalmente, vários tipos de produtos caseiros.
Tudo isso vem da tradição deixada pelos imigrantes que chegaram ao município no Século XIX: portugueses, negros, indígenas, italianos e alemães.
ESPAÇOS CULTURAIS EM VIANA
Na Casa da Cultura, é possível retornar ao passado, contemplando o acervo fotográfico e utensílios mobiliários que preservam a história. O Casarão, que pertencia à Família Lyrio, localizado na sede da cidade, é uma relíquia da arquitetura açoriana. Essa casa, que já hospedou até o Imperador D.Pedro II, é considerada uma das construções mais antigas do Espírito Santo.
A seguir, uma volta no Museu Ferroviário, antiga Estação Ferroviária construída em 1895, por onde passou a história dos primeiros habitantes de Viana. Misture-se a toda a essa cultura, apreciando a expressão artística dos grupos de capoeira, folia de reis, bandas de congo e danças típicas, que também se apresentam nas diversas festas do município.
BELEZAS NATURAIS
Outra opção é a prática de esportes radicais: trekking, voo livre, trilhas ou MotoCross. E para completar, que tal um mergulho no parque aquático, com toboáguas e bicas d’água naturais ? É diversão garantida.
DOMINGOS MARTINS
A herança deixada pelos imigrantes alemães, e também pelos italianos, é marcante na arquitetura e na culinária de Domingos Martins. O município acolhe o visitante com um clima extremamente agradável, considerado um dos três melhores do mundo, com temperatura média de 18 graus. Sua rede de hotéis e pousadas é uma das maiores da região serrana, com excelente infra-estrutura para turismo de negócios e eventos em geral. Aliás, festa é o que não falta no calendário do município. Algumas das mais famosas são: Sommerfest, festa da imigração alemã, em janeiro; Encenação da Paixão de Cristo, em Santa Izabel; Corpus Christi, em Paraju; Festival Internacional de Inverno, em julho; Encontro Internacional do Vinho e Festa do Morango, em agosto; Pommerfest, festa pomerana em Melgaço, em setembro; e em outubro, Blummerfest, festa das flores.
CULINÁRIA
Os cafés coloniais e restaurantes oferecem pratos típicos da culinária alemã e italiana, além de deliciosas tortas. O agroturismo é uma ótima opção para conhecer o dia-a-dia da zona rural. Para quem gosta de aventura, não faltam esportes radicais: rafting no Rio Jucu, canoying, rapel e off-road são algumas das inúmeras opções. Um passeio obrigatório é o Parque Estadual de Pedra Azul e suas piscinas naturais. Mas atenção: é preciso marcar a visita com antecedência. O lugar possui trilhas, cachoeiras e uma fauna e flora bastante variadas. Também não deixe de visitar a Igreja Luterana, construída em 1866, a primeira evangélica a possuir torre na América Latina; a Casa da Cultura; a Fábrica de Arcos de Violinos, exportados para EUA e Europa; e os orquidários, onde se destaca o trabalho do pesquisador Roberto Anselmo Kautsky, uma das maiores autoridades em orquídeas do mundo.
MARECHAL FLORIANO
Uma cidade emancipada na década de 90, mas que traz história de longos anos, assim é Marechal Floriano. Em 1847, a colônia de Santa Isabel foi o primeiro núcleo de colonização capixaba, com a chegada dos imigrantes alemães. Daí você já imagina quanta cultura vai encontrar por aqui. Os centros culturais são uma ótima opção para começar o passeio pela cidade. Da imigração italiana e alemã, você pode apreciar deliciosos pratos típicos, nos restaurantes tradicionais da região, acompanhados por um agradável clima de montanha. Um passeio histórico-cultural pode ser feito visitando a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, em Santa Maria. Não deixe de ver a Casa Rosa e a Igrejinha de Santo Antonio que trazem características do século passado. Já do alto do Mirante do Restaurante Grossmutter, é possível ter uma vista panorâmica de Vitória, Vila Velha e Guarapari.
ORQUÍDEAS
Conhecida como Cidade das Orquídeas, Marechal Floriano possui uma vasta quantidade de espécies de orquídeas nas matas ao redor da cidade. Vale uma visita no orquidário Nego Plantas ou à Florabela Orquídeas para ver de perto tanta beleza natural.
A dança e os corais cultivam as tradições, com grupos italianos e alemães que viajam por todo o Brasil levando, nas danças e na música, a alegria trazida pelos imigrantes e a esperança de progresso nas novas terras, onde hoje predomina a agricultura familiar, principalmente com o cultivo do café, legumes hortaliças e criação de frangos.
Marechal Floriano fica a 46 Km de Vitória, numa região montanhosa a 544 m de altitude, com friozinho que pode chegar a 6° C. Os hotéis e pousadas são especialmente preparados para receber o visitante num clima aconchegante e familiar.
VENDA NOVA DO IMIGRANTE
Venda Nova do Imigrante é o município mais alto do Espírito Santo. A cidade foi colonizada por italianos que vieram em busca do sonho de construir um novo lar. Hoje a cidade continua a ser um sonho para muita gente. O lugar resistiu ao tempo e à modernidade e mantém na grande maioria de sua população os traços fisionômicos, a cultura e a tradição de cem anos atrás. As belas paisagens tornam a cidade um refúgio para quem quer relaxar e respirar muito ar puro. Os orquidários e o Projeto Amigo Jequitibá, que visam preservar as espécies da Mata Atlântica, mostram a preocupação com a natureza e as belezas naturais. Esse cenário bucólico também se transforma em palco de festas que, muitas vezes, celebram a cultura local. A Festa da Polenta costuma atrair cerca de 30 mil pessoas e é a maior manifestação da cultura italiana no Espírito Santo. Para levar uma autêntica recordação da cidade, não deixe de praticar o agroturismo. Os produtos comercializados, além de deliciosos, têm valor histórico e vêm repletos de tradição local. O socol, embutido produzido somente na cidade, tem sabor único e é preparado da mesma forma que os imigrantes faziam para conservar o produto. Quem não dispensa um pouco de adrenalina pode praticar esportes radicais, como rapel, trekking, vôo livre, cavalgada e off-road para moto e carro. Quem conhece Venda Nova sempre volta em busca da sensação de que ali o tempo não passou tão depressa.
De Juiz de Fora à Vitória são 475 km pela BR-101; de lá, a próxima cidade é Viana, que fica a 18 km. Em seguida vem Domingos Martins, a apenas 43 km de Vitória e Marechal Floriano. A última parada é Venda Nova do Imigrante, a 104 km da capital. O próximo feriado ou mesmo nas férias de julho é uma excelente opção. São cinco municípios e inúmeras surpresas. Prepare-se para conhecer cada uma delas.