Se há um setor que a Marinha do Brasil prioriza é o da educação. Sou testemunha disso, desde os tempos em que tive o privilégio de servir ao país, no meu serviço militar, na década de 50. As ações de aprimoramento da capacitação visando à qualificação do pessoal para o exercício de suas missões não se limitam ao planejamento dos cursos. Há o constante acompanhamento, controle e avaliação de todo o processo, com ações que incluem recursos humanos, materiais e financeiros, entre outras. Esforços para garantir um ensino contínuo de qualidade não são medidos.
A evolução do processo ensino-aprendizagem exige inovações pedagógicas, e a Marinha está atenta, implementando ações de reestruturação de um novo itinerário formativo das Praças, desde o ingresso no Curso de Formação de Marinheiros para Ativa (C-FMN) até os últimos postos da carreira.
Para adequar a capacitação à velocidade da evolução tecnológica, a construção curricular está acontecendo em parceria com Instituições de Ensino Superior (IES), num trabalho integrado no que se refere à parte técnica nas áreas de Máquinas, Eletrônica, Comunicações e Sistema de Armas.
Busca-se vencer os desafios da educação na “era do conhecimento”, atendendo-se não só aos interesses e necessidades da Força, como também ao desenvolvimento da formação marinheira. A criação dos novos cursos inicia a adoção de uma nova Metodologia por Competências. Essa Metodologia, além de assegurar a sistemática de atualização dos currículos do Sistema de Ensino Naval, garante o alinhamento do currículo aos perfis profissionais estabelecidos, segundo nos informou o Vice-Almirante Antônio Garcez, diretor de ensino da Marinha do Brasil.
O novo Itinerário Formativo de Praças iniciou sua primeira turma em 2017, com o currículo do Curso de Formação de Marinheiros para Ativa. A intenção é promover um aprendizado mais significativo, desenvolvendo a motivação do aluno na construção de novos conhecimentos, por meio da participação, integração eenvolvimento nas atividades.
A reestruturação dos Cursos de Aperfeiçoamento (C-Ap) e de Aperfeiçoamento Avançado (C-ApA) para Oficiais também se alinha à necessidade de capacitar oficiais para que possam, no exercício de suas funções, desenvolver requisitos, operar e manter plataformas modernas, atendendo e acompanhando a demanda decorrente da velocidade da evolução tecnológica. Isso inclui, é óbvio, a operação do submarino nuclear.
A constante preocupação com o Corpo Docente e sua importância na condução do processo de ensino-aprendizagem pode ser evidenciada com o estudo conduzido para a criação do Quadro de Magistério Militar, com diversas ações em andamento. Em decorrência das necessidades da Administração Naval para compor seu quadro de Magistério e de pesquisadores voltados para o desenvolvimento de programas e projetos na área de ciência e tecnologia, a Marinha do Brasil vem, desde 2011, adotando ações que viabilizem a captação para o exercício de encargos como Oficiais RM3 (Reserva Especial da Marinha – nível 3). De saída, serão 60 oficiais com a gradação de Capitães de Fragata.
Em complemento às medidas voltadas para o Corpo Docente, o contínuo aprimoramento do ensino engloba, também, ações direcionadas para o Corpo Discente, como o Programa de Leitura (Proleitura), ensino de idiomas e o incremento da modalidade de Ensino à Distância. A Marinha do Brasil, assim, se renova com alta competência.